Em declarações à Lusa, o presidente da JALP - Associação dos Jovens Advogados de Língua Portuguesa, Francisco Goes Pinheiro, disse que a escolha do embaixador Ribeiro Telles para a "personalidade lusófono do ano" teve a ver com duas razões.

"A primeira é porque foi uma das pessoas que muito amavelmente acarinhou o nosso projeto, a criação da JALP. E quando da tomada de posse dos órgãos sociais, está a fazer um ano, fez um vídeo para a assinalar. Estávamos em pandemia e não podíamos assinalar presencialmente. Portanto foi muito marcante esse vídeo", afirmou.

Além disso, acrescentou, "a direção da JALP entende que o embaixador Francisco Ribeiro Telles, que foi secretário-executivo da CPLP até há muito pouco tempo, exerceu um mandato muito feliz e muito consequente, nomeadamente no que toca a um aspeto essencial que é a questão da mobilidade (...). Deram-se passos muito significativos a esse nível com o acordo da mobilidade", sublinhou.

Francisco Goes Pinheiro salientou que espera que este acordo e os passos sequentes "deem lugar a um futuro passaporte eletrónico na CPLP".

Quanto ao futuro da JALP, o presidente sublinhou que o segundo ano será "de consolidação, não só da base associativa".

"Tivemos um crescimento bastante acelerado, temos já mais de 250 associados representativos dos diversos países de língua portuguesa", descreveu.

Agora, a associação terá de dar um outro "passo inevitável", o da descentralização da sua organização, relatou.

"Queremos estar presentes junto dos nossos associados", frisou, indicando que o objetivo é criar delegações regionais para cada um dos países da CPLP", afirmou.

Para já, "o país que está mais avançado é o Brasil", existindo já uma equipa que irá assumir essas funções, os estatutos praticamente aprovados e uma sede.

O prémio será entregue na I Gala de Aniversário da JALP, na sexta-feira.

Neste que é o primeiro encontro dos jovens advogados oriundos de todas as jurisdições de língua portuguesa, vão-se cantar os parabéns e distinguir, além da personalidade lusófona, outros nomes que acompanharam a JALP no ano que passou, nas categorias de associado efetivo, associado coletivo, associado honorário e comissão especializada, refere um comunicado da Associação sobre a cerimónia.

A JALP, criada em plena pandemia, alcançou, no seu primeiro ano, mais de 250 associados, não só em Portugal, mas também em Angola, no Brasil, em São Tomé e Príncipe, Moçambique, Macau e Timor.

Criada em plena pandemia, a associação afirma-se como "um pólo agregador e uma voz ativa e intransigente das inquietações e interesses dos advogados ou advogados estagiários inscritos em diversos países que integram a Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP)", adianta uma nota da JALP.

"A JALP quer ter um papel relevante no enquadramento dos jovens advogados no contexto jurisdicional lusófono e no movimento linguístico-cultural onde se insere, a nova portugalidade", refere o comunicado.

Desta associação podem fazer parte quaisquer advogados ou advogados estagiários inscritos nas respetivas ordens profissionais de qualquer país da CPLP, desde que a inscrição definitiva não tenha ocorrido há mais de 20 anos.

Ainda podem fazer parte da JALP os membros honorários e coletivos, sendo os primeiros advogados que se notabilizaram no exercício da profissão ou no contexto da CPLP e os associados coletivos, as entidades que desempenhem um papel de relevo nas jurisdições anteriormente referidas ou que prossigam interesses comuns ou similares aos prosseguidos pela associação.

A Associação Internacional de Jovens Advogados de Língua Portuguesa visa ainda a proteção da língua portuguesa no contexto da profissão de advogado e o futuro dos advogados e advogados estagiários na CPLP.

ATR // JH

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