
O ataque dos grupos armados ocorreu por volta das 16:00 (menos duas horas em Lisboa) de sexta-feira na aldeia de Namande, no distrito de Muidumbe, disse à Lusa um residente da localidade que conseguiu fugir.
"Eram terroristas e eu vi-os entrarem", afirmou a fonte.
Além de matarem duas pessoas e ferirem outras na aldeia de Namande, os rebeldes atearam fogo a algumas casas de construção precária.
"Estávamos sossegados quando começamos a ouvir os disparos nas imediações da aldeia e quando percebi que eram os terroristas levei minha família e fugimos", contou outro residente da aldeia, que procurou refúgio na sede do distrito.
Na aldeia Namande, que fica a pelo menos 40 quilómetros da sede distrital de Muidumbe ( Namacande), existem grupos de antigos combatentes de libertação nacional que se organizaram para lutar contra os rebeldes.
As forças governamentais também desencadearam várias operações para travar os rebeldes em Namande, mas os confrontos, que se prologaram pela noite, obrigaram algumas pessoas a abandonar a aldeia.
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED
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