Macamo falava num encontro com uma delegação do Comité de Relações Internacionais do Parlamento do Reino Unido, que realiza uma visita ao país africano.

Falando no final do encontro, a alta comissária do Reino Unido em Moçambique, Helen Lewis, afirmou que as autoridades moçambicanas deram conta dos avanços na luta contra os grupos armados na província de Cabo Delgado, norte do país, mas fizeram notar que a ajuda humanitária deve continuar.

É "também muito importante a criação de emprego para os jovens", para que não fiquem vulneráveis ao recrutamento por grupos armados, acrescentou Lewis.

O desemprego e a falta de oportunidades - nomeadamente nos investimentos emergentes ligados ao gás - têm sido apontados por diversos observadores como algumas das causas de recrutamento.

Nos últimos tempos, várias entidades têm anunciado projetos que visam criar oportunidades para a juventude da região, incluindo o Governo, que criou a Agência de Desenvolvimento do Norte (Adin) para a operacionalização de projetos de desenvolvimento social, mas o problema persiste.

O Comité de Relações Internacionais do Parlamento do Reino Unido está em Moçambique desde terça-feira para uma visita de três dias, no âmbito de um trabalho sobre o combate ao terrorismo no mundo.

A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

PMA/EYAC // LFS

Lusa/Fim