
"A supressão de vistos tem várias dimensões. Tem a dimensão do turismo, que permite e proporciona visitarmo-nos. Tem a componente empresarial, na medida em que facilita maior mobilidade aos homens de negócios", disse a governante são-tomense, em entrevista divulgada hoje pelo jornal Notícias, diário de maior circulação em Moçambique, referindo-se à recente assinatura do acordo de supressão de vistos entre os dois países.
A chefe da diplomacia são-tomense avançou que São Tomé e Maputo têm agora bases para entrarem numa fase de maior intercâmbio económico e comercial, aproveitando o potencial que detêm nos mais variados domínios.
"Está criado mais um espaço onde é possível fazer intervenção. Isso facilitará os pequenos comerciantes e aquela economia mais informal que tem o seu peso, a sua grande importância. Essa possibilidade de pessoas poderem vir a Moçambique ou irem a São Tomé e identificar eventuais nichos de mercado, de trocas comerciais, tem a sua vantagem e a sua importância", destacou Edite Ten Jua.
A governante apontou a experiência que o seu país tem na produção e exportação de café e o facto de Moçambique ter também começado a apostar neste produto como um campo em que os dois países podem cooperar na área económica.
A pesca, prosseguiu, é outra esfera em que os dois países podem interagir.
"Tem de haver mais estímulo para que possamos consumir 'Made in Africa'. Aquilo que é produzido em África tem de ser mais disseminado entre os países africanos", declarou a diplomata, que viveu e trabalhou em Moçambique.
Na área política, há uma cooperação sólida, catapultada pelos laços históricos derivados do facto de os dois países terem sido colonizados por Portugal e pertencerem à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e aos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP).
Edite Ten Jua assinalou que muitos quadros são-tomenses fizeram os estudos universitários em Moçambique e tantos outros continuam a formar-se no país da África Austral.
PMA // JH
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