"Apesar de ainda não se conhecer o número de alunos que, este ano, vai às aulas em regime presencial, a previsão da FICASE é apoiar cerca de 96 mil alunos", anunciou a organização, indicando que tem o orçamento habitual entre 50 a 60 milhões de escudos (443 a 544 mil euros).

Além da alimentação escolar desde o pré-escolar ao 8º ano de escolaridade, a FICASE referiu que há outros programas de apoio às crianças, como em materiais escolares, devendo beneficiar 30 mil alunos.

Na mesma nota publicada nas suas páginas oficiais, a Fundação cabo-verdiana adiantou que está a trabalhar com os delegados escolares para saber os cenários e a forma de fazer chegar os apoios às crianças.

"Neste momento, a maior preocupação é fazer chegar a alimentação às crianças dos jardins infantis até ao 8º ano de escolaridade", considerou o presidente da FICASE, Albertino Fernandes, citado na nota.

O próximo ano letivo em Cabo Verde começa em 01 de outubro, anunciou há um mês o Ministério da Educação, que no entanto admitiu alterações em "função da evolução da situação sanitária", nacional e por ilhas.

O calendário geral do ano escolar arrancou em 24 de agosto e o ano letivo, com o início das aulas, será daqui a um mês, ainda segundo o Ministério da Educação, que anunciou aulas presenciais e à distância.

"Vamos trabalhar num novo desenho, em que a educação à distância é complementar da educação presencial", afirmou a ministra da Educação, Maritza Rosaball, em julho, durante o debate anual sobre o estado da Nação, na Assembleia Nacional.

Por considerar a educação presencial importante, a ministra disse que as turmas vão ser desdobradas, com um sistema presencial mais alargado, já que as condições físicas e o número de pessoas o permitem.

"Teremos um sistema de menos horas presenciais, sempre complementado pela educação à distância", garantiu a ministra.

Devido à pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Educação de Cabo Verde implementou durante o terceiro trimestre do último ano letivo um programa educativo denominado "Aprender e estudar em casa", em alternativa ao encerramento das escolas, em 20 de março, para impedir a transmissão da doença no arquipélago.

O programa consistiu em aulas na televisão, na rádio e noutras plataformas e decorreu até finais de junho.

O Ministério da Educação explicou que desenvolveu o programa para que os estudantes pudessem manter o vínculo com o meio educativo e o contacto com os docentes e os conteúdos de ensino-aprendizagem, enquanto estão em casa por causa das restrições impostas para evitar a propagação do novo coronavírus.

Cabo Verde conta com um acumulado de 3.884 casos da doença desde 19 de março, dos quais 928 permanecem ativos, 40 morreram e 2.916 foram dados como recuperados, enquanto dois cidadãos estrangeiros infetados foram transferidos para os países de origem.

A pandemia do coronavírus que provoca a covid-19 já provocou pelo menos 851.071 mortos e infetou mais de 25,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

 

RIPE // MCL

Lusa/Fim