
A disponibilidade para um novo financiamento a Angola foi manifestada hoje, em Luanda, pelo diretor do FMI para África, Abebe Salassie, à saída de uma audiência com o Presidente angolano, João Lourenço, onde foram abordadas a situação económica de Angola e a nível global.
Segundo o responsável, a possibilidade de um novo financiamento a Angola não foi discutida neste encontro, mas, afirmou, a instituição financeira internacional está pronta a qualquer apoio que o Governo angolano venha solicitar.
"Se houver dificuldades em termos económicos, mesmo com as políticas já empreendidas, e o governo angolano quiser contactar o FMI, nós estaremos ao dispor. Neste momento não foi discutido nenhum assunto sobre financiamento, mas como sempre o FMI estará pronto para apoiar quando assim for", disse Abebe Salassie em declarações aos jornalistas.
Salassie afirmou que a situação económica global e de Angola dominaram as conversas no Palácio Presidencial, no contexto de uma missão da instituição que se encontra no país desde a semana passada, referindo que o FMI também partilhou as suas perspetivas sobre as reformas desenvolvidas no país.
"Falámos também sobre a perspetiva do FMI em relação às reformas económicas que estão a ser empreendidas em Angola", adiantou, felicitando o Presidente angolano pelos resultados obtidos.
O responsável do FMI referiu-se também à volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional, como fator que impacta várias economias a nível mundial, mas referindo as medidas económicas bastante prudentes tomadas pelo Governo de Angola.
"[Neste encontro] também conseguimos ver as medidas económicas que estão a ser tomadas no sentido de recalibração [da economia do país], bem como as políticas em curso no sentido de esbater todas as dificuldades económicas", concluiu Abebe Salassie.
Uma missão do FMI encontra-se em Angola desde a semana passada para reuniões com a equipa técnica angolana no quadro da Avaliação Pós-Financiamento, com o objetivo de avaliar a capacidade de Angola assegurar os reembolsos ao Fundo, num contexto de riscos crescentes associados à descida dos preços do petróleo, ao alargamento dos 'spreads' soberanos e ao aperto das condições de financiamento externo, segundo o Ministério das Finanças (Minfin).
A missão do FMI está previsto ficar concluída hoje, depois de reuniões técnicas com diferentes departamentos ministeriais, com o propósito de monitorar a sustentabilidade das finanças públicas, avaliar os riscos macroeconómicos emergentes e aprofundar o diálogo em torno das reformas estruturais necessárias à estabilidade e ao crescimento sustentado da economia nacional.
Segundo o jornal económico Expansão, o Governo angolano avalia a possibilidade de recorrer a um novo programa de curto prazo do financiamento ao FMI, que deve terminar em 2026, dada as "dificuldades" que tem encontrado para financiar o Orçamento Geral do Estado (OGE).
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