O debate de hoje sobre a situação na província de Cabo Delgado, realizado conjuntamente nas comissões de Negócios Estrangeiros e de Desenvolvimento do Parlamento Europeu, começou com uma intervenção, desde Moçambique, do bispo de Pemba, Luís Fernando Lisboa, que deu conta da grave crise humanitária provocada pelos ataques armados na província de Cabo Delgado, que já provocaram cerca de 500 mil deslocados.
Apontando que vários distritos, que não apenas na província de Cabo Delgado, estão a receber incessantemente deslocados -- pessoas que "deixaram tudo para trás, perderam familiares, as suas casas, têm filhas raptadas" e "chegam sem nada, apenas para salvar a vida" --, o bispo disse que o Governo moçambicano, organizações não-governamentais (ONG) e a igreja católica estão "a tentar unir-se para dar uma resposta", em paralelo com iniciativas de outros atores, entre os quais Portugal, mas advertiu que a resposta atual "não chega", pois "as necessidades são muitas".