Estas posições foram assumidas no início de um debate transmitido pela RTP em direto a partir do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, com representantes das nove forças políticas que elegeram deputados nas anteriores legislativas.

Questionado sobre possíveis soluções de governo, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro voltou a apelar a uma maioria do seu partido, repetindo pela segunda ocasião neste período pré-eleitoral a expressão "maioria absoluta", que já tinha utilizado à saída do seu frente a frente com Rui Rio, na quinta-feira.

"Eu acho que é uma maioria absoluta aquilo que garante estabilidade durante quatro anos", declarou António Costa, sustentando que sem isso há o risco de se "andar de crise em crise, em governos provisórios de dois anos".

De imediato, Rui Rio contrapôs que uma maioria absoluta do PS ou do PSD é um cenário com uma probabilidade "muito próxima de zero" e defendeu que tem de haver "espírito democrático" e "disponibilidade para negociar a governabilidade" de ambos os partidos para que "o país não ande em sucessivas eleições".

Sobre o que fará em caso de derrota nas legislativas de 30 de janeiro, o secretário-geral do PS reiterou que "depois de ter sido seis anos primeiro-ministro" considerará que se perder houve "um voto claro de desconfiança dos portugueses" e que é altura de os socialistas escolherem "uma nova liderança".

Interrogado se a sua demissão será logo na noite das eleições, António Costa respondeu: "Ah, sim, isso com certeza, e depois o PS terá o seu processo".

O presidente do PSD, por sua vez, excluiu seguir esse caminho, se perder: "No dia à noite não saio nem nunca sairia em circunstância alguma, porque acho que é uma manobra teatral, não é propriamente dentro do meu estilo".

Embora ressalvando que num cenário de derrota do PSD "obviamente que o partido tem de pensar o que quer fazer relativamente à liderança, isso é evidente", Rui Rio assinalou que recentemente houve diretas e congresso.

"Tudo isso foi antecipado e foi-me dado um mandato de mais dois anos. Depois logo se vê. Não me preocupa rigorosamente nada isso", acrescentou, fazendo depender a sua decisão também da dimensão em concreto dos resultados eleitorais.

"Isso depois logo se vê, não me parece que seja um elemento central neste momento", reforçou.

IEL // JPS

Lusa/Fim