Para António Costa Silva, a centralização do poder, a que a guerra obrigou, combinada com "um boom de receitas do petróleo" logo a seguir ao fim do conflito, levou o país, liderado então por José Eduardo dos Santos, "a uma situação de má governação, de desvio dos fundos, de desvio das receitas, sistemas de corrupção, que são absolutamente iníquos e desvirtuam o funcionamento da economia".
Quando acabou a guerra em Angola, em 2002, estava-se em "pleno boom dos preços do petróleo, portanto o país recebeu receitas financeiras absolutamente extraordinárias, e temos aqui a combinação de dois fatores que ainda levaram a maior centralização do poder", explicou o gestor, que trabalhou na petrolífera estatal angolana Sonangol e esteve ligado à luta pela independência do país.