Segundo o diretor-geral do INE, José Calengi, estão criadas todas as condições para o arranque o Recenseamento Geral da População e Habitação, o segundo pós-independência.
José Calengi frisou que o desafio é ter, até segunda-feira, todo o material censitário em todas as províncias do país, frisando que continuam a ser distribuídos os meios.
No dia que antecede o arranque do censo, prosseguiu o responsável, será realizado um 'workshop' de lançamento do momento censitário, após terminadas todas as etapas de preparação.
"A partir das zero horas iremos começar a recolha dos dados", disse José Calegi, explicando que, de acordo com a planificação, os trabalhos vão iniciar-se com as instituições coletivas e os sem-abrigo.
"Naturalmente, o período favorável e sugerido, do ponto de vista metodológico, para facilitar este registo, será exatamente às zero horas", frisou.
O diretor-geral do INE reforçou que estão mobilizados e a ser preparados para este exercício 79.423 agentes recenseadores, que vão proceder à recolha dos dados.
O responsável vincou que "este trabalho requer algum sacrifício" e os agentes recenseadores vão ser recompensados com merendas e um subsídio, na base do que tem sido praticado pelo INE.
"Importa reforçar que a recolha será feita em todas as habitações do país (...), apelamos aos cidadãos nacionais e estrangeiros a receberem bem os nossos agentes", acrescentou.
De acordo com o diretor-geral do INE, o processo vai decorrer durante 30 dias, exortando as pessoas a programarem-se para receberem os agentes recenseadores, sublinhando que "estas informações são confidenciais e serão tratadas na base do segredo estatístico".
O executivo angolano disponibilizou cerca de 30 mil milhões de kwanzas (29,6 milhões de euros) para a realização do censo 2024, que tem como lema "Juntos contamos por Angola".
Em 2023, o INE estimou para Angola no ano do segundo censo, 2024, uma população de cerca de 35,1 milhões de habitantes, tendo em conta a taxa de natalidade, mortalidade e outros fatores.
"Nós temos um trabalho de estimativa que vai até 2050 e, para 2024, nós estimamos uma população de cerca de 35.121.734 habitantes, tendo em conta a taxa de natalidade, de mortalidade e outros fatores associados ao cálculo desta projeção", referiu na altura o diretor-geral do INE, avançando que a taxa de crescimento da população ronda os 3%, sendo que anualmente a média de crescimento é de 922 mil habitantes.
O último Censo Geral da População e Habitação de Angola foi realizado entre os dias 16 e 31 de maio de 2014 e os dados globais nacionais definitivos apontaram para uma população nacional acima dos 25,7 milhões de pessoas.
Em 2014, o processo envolveu cerca de 105 mil pessoas e um orçamento de 20 milhões de dólares.
Em 1970, cinco anos antes da independência do país, Angola tinha mais de cinco milhões de habitantes.
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