
"A cegonha marabu Leptoptilos crumenifer é uma grande ave pernalta que existe extensivamente em toda a África subsaariana, em savanas e habitats húmidos", mas "os locais de reprodução e ninhos conhecidos são limitados", lê-se no artigo.
A Gorongosa é apontada como um caso excecional de "grandes colónias de nidificação", com 380 ninhos, sendo mesmo apontada como "a maior zona de reprodução de cegonhas marabu a sul dos rios Zambeze e Cunene", dois grandes rios da África Austral.
O trabalho publicado no jornal de ornitologia Ostrich é assinado por Marc Stalmans, Andre J Botha, Teague Scott, Gregory Kaltenecker e Ara Monadjem.
A contagem de ninhos de marabu no Parque Nacional da Gorongosa e áreas adjacentes foi feita anualmente com meios aéreos entre 2016 e 2019.
Uma colónia em Muaredzi, dentro do parque, tem se expandido anualmente de 82 ninhos ativos em 2016 para 258 em 2019.
Da mesma forma, uma colónia de marabus em Mussicadzi aumentou de cinco para 81 ninhos.
Desde 2017, um pequeno número de ninhos adicionais foi ainda observado nas áreas de caça adjacentes à Gorongosa (coutada 11 e 12), "sendo a contagem total da Grande Gorongosa de 380 ninhos ativos em 2019", notam os autores.
"A observação de um número significativo de ninhos ativos de marabu tem implicações importantes para a conservação", sublinham.
Depois de décadas de abandono, devido à guerra civil que terminou em 1992, em Moçambique, o PNG tem nos últimos anos conhecido um movimento de repovoamento.
Greg Carr, filantropo norte-americano, acordou em 2007 o restauro do parque com o Governo moçambicano, através de um entendimento para 25 anos.
Hoje é uma das principais áreas de conservação no país e está igualmente a afirmar-se como um polo de investigação, atraindo cientistas de várias partes do mundo.
O parque localiza-se na província de Sofala, tem cerca de 4.000 quilómetros quadrados e apresenta-se como "o principal parque nacional de vida selvagem de Moçambique", localizado na extremidade sul do Vale do Rift do leste africano.
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