Nélson Rosado, da dupla "Anjos", foi o primeiro a prestar depoimento neste julgamento que começou hoje e que surgiu na sequência de um vídeo publicado pela humorista, que mostrava os dois irmãos a cantar o hino, em abril de 2022.

O cantor disse na sala do Juízo Central Cível de Lisboa que o grupo recebeu "ameaças de grupos nacionalistas".

"Fomos obrigados a contratar segurança privada para estar à paisana no meio do público", explicou.

Este caso chega a tribunal na sequência de um vídeo publicado por Joana Marques, que mostrava partes da atuação da dupla constituída por Nelson e Sérgio Rosado antes de uma prova do MotoGP em Portimão.

Os Anjos cantaram o hino nacional e o vídeo publicado pela humorista continha partes de reações do júri do programa "Ídolos".

Depois da publicação do vídeo, os cantores decidiram avançar para a Justiça e exigem agora uma indemnização de um milhão e 118 mil euros.

Numa primeira fase, que aconteceu no ano passado, foi tentado um acordo em audiência preliminar, o que não foi alcançado.

Durante a manhã de hoje, Nélson Rosado disse que a dupla musical ainda continua a receber mensagens de ódio por causa do vídeo em questão.

"O vídeo não é uma reprodução daquilo que foi feito, mas sim um vídeo novo, porque cortou partes daquilo que foi a nossa interpretação. (...) A ré cortou partes, há uma parte muito significativa da letra, que é o 'levantai hoje de novo', que foi cortada no vídeo da ré", acrescentou Nelson Rosado.

"Somos acusados de assassinar o hino. Nós não nos enganámos no hino e muito menos somos assassinos", disse o cantor, considerando ainda que o vídeo teve como objetivo ridicularizar os artistas e que teve como efeito o cancelamento de 11 concertos.

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