A garantia foi transmitida hoje pelo Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA) de Cabo Verde, durante a sessão de apresentação de cumprimentos de Ano Novo ao ministro da Defesa Nacional, Luís Filipe Tavares, durante a qual o major-general Anildo Morais destacou que 2019 foi um ano "extremamente positivo" para os militares.

De acordo com o CEMFA, o novo Estatuto dos Militares cabo-verdianos, que entrou em vigor a 01 de janeiro de 2020, permitindo rever a grelha salarial, inalterada desde 1997, será implementada de forma faseada, em três anos.

Destacou, contudo, que "o grosso" do impacto financeiro desse processo será sentido este ano, com a disponibilização para o efeito de 120 milhões de escudos (mais de um milhão de euros), para um efetivo que atualmente é superior a mil operacionais, entre Guarda Costeira e Guarda Nacional.

"Quer dizer que os militares de uma forma geral, depois de três anos, passarão a ter um vencimento condigno, o que de certa forma prestigia a instituição militar", assumiu o CEMFA, em declarações aos jornalistas no final da cerimónia.

O major-general Anildo Morais destacou igualmente que os militares ainda "carecem de meios", nomeadamente na área dos transportes, táticos e administrativos.

"Estamos convictos de que em 2020 já teremos esses meios nas Forças Armadas, tendo em conta que a China já disponibilizou o montante [para financiamento]. E acreditamos que em 2020 vamos concretizar esse montante, no que diz respeito a meios auto para as Forças Armadas e a meios de comunicação, que também fazem muita falta", sublinhou.

Neste cenário, destacou que as Forças Armadas de Cabo Verde "estão a viver um bom momento da sua história", desde logo face às "melhorias consideráveis nas condições de vida nos quartéis", introduzidas em 2019, com a construção de infraestruturas, casernas, melhoramentos, novo fardamento e realização de missões e exercícios operacionais.

Acrescentou que após anos de défice de militares, atualmente os jovens cabo-verdianos estão a apresentar-se regularmente para o cumprimento do Serviço Militar Obrigatório. Hoje, disse, a situação é mesmo de "excesso de jovens" que se apresentam nos quartéis.

"Portanto, para nós, neste momento, já não é um problema [falta de militares], e há muitos que manifestam o desejam de continuar mais um período nas fileiras. É muito positivo", sublinhou.

No final da cerimónia, o ministro da Defesa Nacional afirmou que o último ano foi de "grandes reformas" nas Forças Armadas, desde logo com o Estatuto dos Militares, mas também pelo processo de modernização operacional, reorganização do funcionamento dos quartéis e melhoria das condições de vida nessas instalações.

"O ano de 2019 foi muito positivo, talvez o mais importante desde 1997", afirmou Luís Filipe Tavares.

O governante acrescentou que nos últimos dois anos foram mobilizados mais de oito milhões de dólares de contribuições internacionais para a modernização da instituição militar em Cabo Verde.

"Esse trabalho fica muito facilitado por o ministro da Defesa ser também o ministro dos Negócios Estrangeiros [de Cabo Verde]", reconheceu Luís Filipe Tavares.

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