Não é uma estreia para Mamadu Ba, que já foi processado pelo Chega de Ventura e até condenado num processo de difamação movido por Mário Machado (o julgamento será agora repetido, decidiu a Relação há uma semana). E desta vez é o líder do ADN quem se move judicialmente contra "os excessos" do dirigente do Movimento SOS Racismo. a quem acusa de "difamação, discriminação e incitamento ao ódio e à violência".

Em causa estão posts publicados por Ba nas suas redes sociais, contra o ADN, que descreve como "reencarnação do moribundo PDR do sulfuroso Marinho e Pinto", "uma grupeta liderada pelo inefável Bruno Fialho, um reaça misógino, racista e xenófobo". Aos ofendidos somam-se "Rita Matias e Ossanda Liber, consideradas pivôs da extrema-direita, a par de Joana Amaral Dias. "Basta uma criticazinha ao moçoilo daquele grupelho de fachos engravatados e as ratazanas da blogosfera saem dos esgotos", escreveu ainda Mamadu Ba no X, conforme se avança na acusação que Fialho faz a Ba, a que o SAPO teve acesso.

Acusação Ba

Bruno Fialho sublinha mesmo que Ba tem usado a organização que lidera para promover atividades de "propaganda organizada que incitam à discriminação, ao ódio ou à violência contra cidadãos portugueses de raça caucasiana e à polícia" -- recordando momentos em que o ativista apelou à "morte ao homem branco" e chamou "bosta da bófia" às forças de segurança -- como se excedeu nas críticas que pudessem "ser consideradas lícitas" e representativas do "direito à liberdade de expressão", por serem "ofensivas e atentatórias", falsas na medida em que nunca o ADN ou o seu presidente usaram "expressões racistas ou xenófobas ou têm esse tipo de ideologia ou conduta social".

Na queixa-crime, a que o SAPO teve acesso, Bruno Fialho realça que "os crimes de discriminação e incentivo ao ódio não podem ter apenas uma via" e sublinha que "não pode ser permitido a Ba" (...) "ficar impune apenas por ser uma pessoa de cor de pele preta, imigrante senegalês e dirigente de uma associação que supostamente devia lutar contra o racismo mas que, na verdade, promove outro tipo de racismo, contra portugueses caucasianos".