Pela minha parte, gostaria ainda mais se outras entidades pudessem ter meios (sobretudo financeiros) para criar negócios sociais, dando emprego aos que as frequentam ou outros, promovendo o desenvolvimento social e profissional das pessoas com deficiência. E muito poucos conseguem entrar nas empresas ou criar o seu posto de trabalho.

A Estratégia Nacional de Inclusão das Pessoas com Deficiência 2021-2025 tem referências a “dinamizar o empreendedorismo e autoemprego”.

Certo, mas como? A quem podemos ir bater à porta? Quem nos responde?

A mesma Estratégia limita-se a apontar “a construção de um ambiente inclusivo facilitador do emprego” e defende o reforço “da intervenção dos serviços no processo de mediação e transição para o emprego ou retorno ao emprego”, assim como maior acessibilidade à rede formativa do IEFP.

Certo, mas como?

Em 2019/2020, a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Lisboa (APPACDM) lançou a Campanha #EuQueroSer, que retrata o sonho de doze pessoas. Sonham ter uma profissão: Cozinheiro, Modelo, Jardineiro, Massagista, Técnico de equipamentos, Ator, Bombeiro, Auxiliar de Infância, Cabeleireiro, Empregada de Balcão, Costureira. Se têm competências? Sim. Foram escolhidos com esse sentido, de mostrar à sociedade o que conseguem fazer.

Gostaríamos que do “Eu Quero Ser”, passássemos para o “Eu Consigo” e o “Eu Sou”, mas, para tal, também a sociedade tem de querer olhar para as pessoas com deficiência intelectual e de desenvolvimento, com a mesma intenção com que se olha para uma paleta de cores, onde cada uma tem o seu significado, a sua identidade, o seu brilho.  E para construirmos um arco-íris de boas vontades, só precisamos de oportunidades onde os nossos jovens e adultos possam ter reconhecimento e valorização.

Vamos tornar vivos e coloridos os sonhos! Seja qual for a cor do projeto…

É verdade! Mais um motivo para gostar de amarelo: faz parte das cores da APPACDM de Lisboa!