De acordo com um comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a BYD disse ter vendido 641.350 unidades, entre janeiro e junho deste ano, face a 154.579 vendidas no mesmo período do ano anterior, o que representa um aumento homólogo de 314%.

Embora não auditado e sujeito a alterações, este número contrasta com os veículos elétricos disponibilizados pela Tesla, que anunciou a venda de 564.000 veículos, nos primeiros seis meses de 2022.

A empresa detida por Elon Musk justificou aquele número com as "interrupções na cadeia de fornecimento" e obstáculos nas operações na China, causados pelo bloqueio de Xangai, a "capital" económica do país asiático, devido às medidas de prevenção epidémica.

O número ilustra a crescente capacidade exportadora dos fabricantes de automóveis chineses, segundo analistas citados pelo jornal Financial Times, que frisaram que a BYD está a tentar fabricar produtos que cobrem muitos setores críticos do mercado.

O vice-presidente executivo da empresa chinesa, Lian Yubo, assegurou em entrevista à televisão estatal chinesa CCTV que a empresa vai fornecer baterias de lítio - ferrofosfato (LFP) "muito em breve", precisamente à Tesla.

A BYD, que produz baterias para os seus próprios veículos elétricos e híbridos e está presente em mais de 200 países, lançou, em 2020, a sua bateria Blade, baseada na tecnologia LFP, garantindo que é mais segura do que outras alternativas do mercado, por apresentar menor tendência a sobreaquecer.

Até à data, a gigante chinesa CATL é a única empresa que fornece baterias LFP para a Tesla, que as usa desde 2020 para os carros que fabrica na sua fábrica em Xangai.

Segundo a Tesla, cerca de metade dos veículos produzidos no primeiro trimestre foram equipados com baterias LFP, mais baratas do que as baterias de níquel -- cobalto, normalmente usadas no Ocidente.

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