Os vereadores do Partido Socialista (PS) na Câmara Municipal de Setúbal voltaram a manifestar publicamente várias críticas à gestão CDU, apontando múltiplas falhas em áreas estruturantes para o concelho.

Uma das denúncias diz respeito ao Parque de Estacionamento Público do Terminal Intermodal de Setúbal, que se encontra com o elevador fora de serviço há dois meses, além de registar constantes avarias nos portões de acesso. Os utentes têm alertado para a falta de condições de utilização, situação que motivou os vereadores socialistas a exigir medidas imediatas.

No plano da habitação, os eleitos do PS contestam as declarações do presidente da Câmara, André Martins, que afirmou ter sido erradicado o fenómeno das barracas em Setúbal. Segundo os vereadores, continuam a existir habitações precárias, nomeadamente na zona da Manteigada, sendo esta realidade agravada pela falta de construção pública de habitação nos últimos 24 anos e pela ausência de uma política municipal eficaz nesta área.

Também as obras de requalificação urbana estão na mira das críticas. A Rua da Camarinha, cujo prazo de intervenção previsto era de três semanas, permanece em obras um ano depois, agora a cargo dos serviços municipais, após a ineficácia de uma empresa contratada. Em Azeitão, promessas de requalificação das ruas Nova da Jardia e da Padaria continuam por cumprir, tal como a Estrada de São Gonçalo, que se mantém em más condições, sobretudo em dias de chuva.

Outro tema em destaque foi o impasse na construção da Nova Biblioteca Municipal de Setúbal. Inicialmente prometida para este mandato, a obra foi descartada pelo presidente André Martins, que alegou falta de verbas devido à redução do IMI e da taxa variável de IRS. Os vereadores socialistas contestam esta justificação, apontando o aumento das receitas municipais.

Apesar das críticas, o PS saudou a aprovação de um subsídio à Associação Inovar Autismo para o projeto “Todas as Crianças Brincam”, embora tenha lamentado a ausência de uma descrição detalhada da proposta.

Finalmente, os vereadores expressaram preocupações com o modelo de mobilidade do programa “Arrábida sem Carros e em Segurança 2025”. A indisponibilidade do Parque da Secil e a insuficiência das carreiras para as praias foram os principais motivos de contestação, que levaram o PS a abster-se na votação da proposta.