Em 2024, o Porto conseguiu reduzir para 12,27% o volume de água não faturada na sua rede pública de abastecimento, alcançando um novo recorde de eficiência e mantendo-se à frente da média nacional, que foi de 27% em 2023.

Este resultado representa uma melhoria significativa em relação a 2023, quando o desperdício foi de 13,28%, nos últimos dez anos, a cidade conseguiu reduzir pela metade a taxa de água desperdiçada, evitando a perda de mais de nove milhões de metros cúbicos de água, o que equivale a cerca de quatro mil piscinas olímpicas.

O município atribui esse sucesso a uma série de iniciativas focadas na deteção precoce de avarias, monitorização constante da rede pública de abastecimento e um controle rigoroso sobre ligações clandestinas, além disso, a implementação de tecnologia de ponta, como a inteligência artificial, tem contribuído para uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos.

De acordo com Filipe Araújo, presidente da empresa municipal Águas e Energia do Porto, o sucesso deste modelo de gestão se deve à equipa permanente de controlo de perdas, que trabalha 24 horas por dia, garantindo que qualquer problema seja rapidamente identificado e resolvido.

“Assim que uma situação é detetada, há uma intervenção muito rápida para estancar a perda”, explicou Araújo, também vice-presidente da Câmara do Porto.

Uma das principais causas do desperdício de água continua a ser as fugas nas condutas, que são comuns em uma cidade com infraestruturas antigas, no entanto, a setorização da rede, que em 2006 tinha apenas oito pontos de monitorização e agora conta com mais de 120, tem permitido um controle mais eficaz e imediato.

Outro ponto importante da estratégia do Porto é o esforço contínuo para controlar as ligações irregulares à rede de abastecimento, embora essas situações não representem um problema significativo na cidade, a empresa municipal segue trabalhando para minimizar o impacto dessas irregularidades.

A tecnologia também tem sido um pilar fundamental para a melhoria dos resultados, o projeto “InnoWave – O poder do digital e da IA na eficiência hídrica” tem sido uma das iniciativas mais notáveis, utilizando inteligência artificial e automação para otimizar a gestão da rede e melhorar a eficiência do sistema de abastecimento de água.

Filipe Araújo sublinha que a Águas e Energia do Porto tem sido reconhecida tanto nacional quanto internacionalmente pelas suas boas práticas e resultados, e garante que o trabalho de otimização e modernização das infraestruturas e processos continuará a ser uma prioridade para o município.