
O coletivo ambientalista Climáximo reagiu com dureza aos resultados das eleições legislativas, que deram a vitória à Aliança Democrática (coligação PSD/CDS), deixando Chega e Partido Socialista com o mesmo número de deputados. Numa nota pública divulgada esta segunda-feira, o movimento afirma que “confiar a nossa vida a este parlamento é suicídio”, considerando que nenhum dos partidos em disputa apresentou um programa compatível com os limites climáticos estabelecidos pela ciência.
Para o grupo, os resultados eleitorais são “um sinal claro para todas as pessoas que sabem que é necessário travar o colapso climático e social”, responsabilizando o atual sistema político e económico por perpetuar uma trajetória de destruição ambiental.
O Climáximo, que já tinha divulgado uma análise comparativa entre os programas partidários e o seu próprio Plano de Desarmamento e de Paz, critica a ausência de propostas concretas que assegurem a neutralidade carbónica até 2030. O coletivo sublinha que “nenhum partido se comprometeu com o fim da economia fóssil” e denuncia o apoio transversal à construção de um novo aeroporto como exemplo do desrespeito pelas metas ambientais.
“Todos preferem proteger o ‘status quo’ absurdo em vez de transformar tudo enquanto ainda podemos, por uma vida justa e por um planeta habitável”, acusa uma das porta-vozes do movimento.
O comunicado reforça ainda que “os resultados eleitorais devem levar ao abandono de qualquer esperança de que o sistema resolva a crise climática e social” e convoca todos os cidadãos para uma “assentada popular” no próximo dia 1 de junho, às 15h00, na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa.
A ação pretende reivindicar transportes públicos gratuitos para todos e apelar à mobilização coletiva fora das instituições políticas tradicionais. “Temos de ser nós a construir o poder popular. Só o povo vai salvar o povo”, conclui o movimento.