O comunicado de imprensa que recebemos, da Casa da Música Jorge Peixinho, já começa com tom de esperança, ao relembrar, o apagão de segunda-feira, “Maio começa com um lembrete da fragilidade da nossa rotina moderna: um apagão recente serviu de aviso sobre a nossa dependência da eletricidade”. ‘Mas na Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo, o espetáculo não para — e, se for preciso, segue-se à luz de velas ou candeeiros LED a pilhas”, e referido.

A programação do mês é uma celebração da criatividade em todas as suas formas, com espetáculos, oficinas, concertos e atividades para escolas e público geral.

A abrir o mês, “Jacarandá” é um espetáculo de marionetas e formas animadas que convida à contemplação da natureza, fora do ritmo frenético da tecnologia. Solo do bailarino e marionetista Magnum Soares, a peça estreou no Museu da Marioneta em 2024 e chega agora ao Montijo.

Sem palavras, recorre apenas ao movimento e à imagem para evocar o ciclo das plantas e o espanto diante do natural.

Classificado para maiores de 6 anos, tem duração de 50 minutos e bilhetes entre 3 e 6 euros, à venda em casadamusicajorgepeixinho.bol.pt.

A música continua com a fadista Teresinha Landeiro, que apresenta o espetáculo “Para dançar e para chorar”, título do seu disco de 2023, agora relançado em versão deluxe com duetos de António Zambujo e Jota.pê, a artista integra uma nova geração do fado, combinando saudade com leveza e jovialidade.

O concerto, com duração de 75 minutos, destina-se a maiores de 6 anos, com bilhetes entre 6 e 10 euros.

Na vertente educativa e artística, a oficina “Colecionadores” alia expressão plástica à divulgação do espólio do Museu Jorge Peixinho, numa atividade gratuita e bimestral conduzida por Maria Julieta Almeida.

Com duração aproximada de 90 minutos, está limitada a 15 participantes e destina-se a maiores de 6 anos.

As inscrições são feitas através do email: producao@mascarenhasmartins.pt.

O Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (GMCL) marca presença regular com duas propostas distintas. Em sessões dirigidas ao público escolar, promove o contacto com a obra de Jorge Peixinho através de concertos comentados e didáticos.

De modo a celebrar os 85 anos do nascimento de Peixinho e os 100 anos de Luciano Berio, o GMCL apresenta um concerto gratuito com obras de ambos os compositores, além de peças de Eli Camargo Jr. e João Pedro Oliveira.

Fora de portas, o Festival Mochila, em Faro, acolhe o projeto “O roque nunca vai acabar”, espetáculo musical da Mascarenhas-Martins inspirado no espírito do rock e direcionado ao público mais jovem.

Já no Montijo, o espaço do Ateneu Popular recebe mais uma sessão de “Melomania”, escuta coletiva e comentada de discos, com o próximo álbum em destaque será Pano-Cru (1978), de Sérgio Godinho.

A atividade é gratuita.

A programação inclui ainda o regresso de “Modéstia à parte”, concerto encenado com Luís Madureira, à Sala Mário Viegas do São Luiz, em Lisboa, pouco mais de um ano após a sua estreia no Montijo.

Para o público escolar do concelho do Montijo, várias iniciativas exclusivas procuram aproximar crianças e jovens das práticas artísticas. Entre elas, visitas guiadas à Casa da Música Jorge Peixinho, oficinas como o “Ensaio de Mesa” — que transforma o estudo de uma peça teatral numa experiência de palco — e o “Teatro de Papel”, versão local do kamishibai japonês, com histórias sobre Jorge Peixinho, o Sobreiro e o Corfadário.

Por fim, destaca-se o lançamento de um volume sobre José Mário Branco, figura incontornável da cultura portuguesa.

O livro oferece uma visão abrangente do seu pensamento e percurso, desde o exílio em Paris até aos últimos anos de vida, reforçando a importância do artista enquanto criador, ativista e voz crítica da sociedade portuguesa.

A programação de maio na Casa da Música Jorge Peixinho mostra que a cultura, mesmo diante de apagões, tem sempre forma de continuar acesa.