
Um acidente de mota mudou-lhe a vida. O desporto tornou-o livre.
A história pertence ao paredense Augusto Pinto Oliveira e é provável que a conheça através do livro escrito pelo próprio, “Correr fez-me livre – dos cuidados intensivos à ultramaratona”.

Augusto teve uma infância feliz, foi um jovem atleta promissor… até que abandonou a alta competição. “Senti um vazio emocional”, reconhece em entrevista à Vale do Sousa TV. E ensaia uma explicação: “era síndrome pós alta competição”. A partir daí, confessa, levou uma vida boémia, com drogas e álcool à mistura.
É então que, aos 38 anos, “perdido na noite”, “desorientado” e empurrado “pela quantidade de álcool e opiáceos que se iam diluindo na corrente sanguínea”, como descreve na obra da sua autoria, sofre um grave acidente de mota. Esteve em coma durante um mês.
A família foi informada que a probabilidade de sobrevivência de Augusto seria quase nula, mas que, se sobrevivesse, ficaria dependente para sempre. Voltar a trabalhar e praticar desporto estavam, por isso, fora da equação.
O processo de recuperação foi longo, mas “das caminhadas à primeira corrida de 100 quilómetros foi um ano”, revela.

Não faz ideia do número total de quilómetros percorridos, mas já serão milhares. Já concluiu 104 maratonas e ultramaratonas e já participou em mais de 30 provas acima dos 100 quilómetros. “A prova mais mística foi a do Vale da Morte [Badwater], nos Estados Unidos, em 2017″, aponta.

Hoje, Augusto Pinto Oliveira faz “acima de 300 quilómetros num mês” e promete manter a fasquia alta. “Quero fazer quilómetro após quilómetro e manter-me neste estilo de vida e acreditar que consigo. Eu acredito que consigo”, conclui.

O livro pode ser comprado na página de Facebook de Augusto Pinto Oliveira ou aqui.