"O futuro da Portucel passa por Moçambique. O investimento é muito significativo, com uma etapa florestal, de 400 milhões de dólares (368 milhões de euros) e uma etapa industrial, com um investimento de 2,2 mil milhões de dólares", disse Diogo da Silveira, que falava aos jornalistas no final de uma visita do Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, à nova fábrica da Portucel em Setúbal.

Diogo da Silveira lembrou que, depois do viveiro que a Portucel está a construir nas províncias da Zambézia e de Manica, com capacidade para 12 milhões de plantas, a empresa portuguesa também quer construir uma fábrica de pasta de papel em Moçambique.

"É um projeto para uma geração. O retorno deste projeto são 25 anos. São precisos sete a oito anos para termos as florestas plantadas de forma adequada a poderem ser trabalhadas pelas nossas fábricas. E depois são cerca de 17 anos para rentabilizar [o investimento]", esclareceu o presidente executivo da Portucel.

"Vamos conseguir construir o que nós pensamos que será a mais competitiva fábrica de pasta de papel, para produto entregue em Xangai (China). No nosso mercado os custos de transporte são muito importantes e Moçambique tem uma localização geográfica fantástica: está virado para o Oriente, nomeadamente para o mercado chinês, que é o mercado que mais cresce. É a construção de uma fábrica dirigida, totalmente, para o mercado chinês", acrescentou.

Segundo Diogo da Silveira, além da fábrica de pasta de papel, que é o objetivo número um do projeto e que deverá ser construída daqui a seis anos, a Portucel também está em negociações com o governo de Moçambique para instalar uma ou várias centrais elétricas, à base de biomassa, de 50 megawatts cada uma.

Questionado sobre a capacidade da rede ferroviária de Moçambique para dar resposta às necessidades da futura fábrica de pasta de papel, Diogo da Silveira disse que todo o projeto foi concebido tendo em conta as infraestruturas que já existem em Moçambique.

"A rede ferroviária já cobre uma parte do território. A base do nosso plano assenta nas infraestruturas que existem hoje, Mas temos a expectativa, claramente, de que haja mais desenvolvimento e que a situação fique ainda mais facilitada, do ponto de vista económico, social e de segurança", disse o presidente executivo da Portucel.

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