"As pessoas sabem que não tenho a mania de ser um sempre em pé. Não é porque sou presidente do PSD que estarei condenado a candidatar-me sempre à liderança do meu partido e não é também porque já fui primeiro-ministro que tenho de a mania que tenho de ser primeiro-ministro outra vez, de qualquer maneira", afirmou Pedro Passos Coelho, na apresentação da sua recandidatura à liderança do PSD.

Falando na sede nacional do partido, onde apresentou a sua candidatura, a única à presidência dos sociais-democratas, Passos Coelho disse ainda estar "muito de acordo" com que a candidata à liderança do CDS-PP, Assunção Cristas, tem dito, referindo que "os dois partidos são partidos diferentes", embora mantenham um "diálogo preferencial".

"Temos ambos um diálogo preferencial, mas precisamos ambos de espaço para crescer, porque uma alternativa de Governo exige também que o CDS cresça eleitoralmente e o PSD cresça eleitoralmente, temos de dizer isso com muita humildade", declarou.

"Desejo sorte à doutora Assunção Cristas no trabalho que ela vai ter como líder do CDS e espero que também possa ser bem-sucedido e que possamos em conjunto, aos olhos dos portugueses, poder vir a representar uma alternativa de Governo, em que termos, depois se verá, quando houver eleições. Não vou agora especular agora o que vou fazer se for presidente do PSD daqui a quatro anos", acrescentou.

Passos Coelho sublinhou que é candidato a presidente do PSD, "que é um cargo que tem um mandato para dois anos".

"Se acontecer alguma coisa em dois anos, é evidente que o presidente do PSD é obviamente candidato a primeiro-ministro. Não tomei essa decisão, cada coisa a seu tempo, é mesmo assim", acrescentou.

Para Passos Coelho, "há coisas que não têm de ser antecipadas e não ganham nada em ser especuladas".

"Aquilo que julgo importante nesta fase é que quem está a governar assumisse o firme compromisso de cumprir com aquilo que disse. Quem está hoje a governar disse que só derrubava o Governo anterior porque tinha uma maioria estável, coesa e duradoura", sustentou.

"Eu espero, para maturidade da democracia portuguesa, que possa ser assim, que quem tenha responsabilidade possa dar conta do recado, como eu dei quando assumi o encargo também. Os países não beneficiam nada com climas de instabilidade, nem com governos de seis meses ou de um ano, portanto, acho muito bem que o Governo possa durar e que o PSD possa fazer o seu trabalho indo ao encontro dos portugueses, fiscalizando o Governo e apresentando uma alternativa", frisou.

Passos Coelho defendeu a necessidade de uma "segunda geração de reformas" para o país, independentemente da duração do atual executivo liderado pelo PS, tal como afirma na sua moção, designada precisamente "Compromisso reformista".

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