Dionísio Babo convocou hoje os diplomatas e responsáveis de organismos internacionais acreditados em Díli para dar conta da atual situação política no país, horas depois de o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, ter instruído o executivo a continuar a cumprir as suas funções com normalidade.
Em causa está a crise política criada com o chumbo, na sexta-feira, do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020, resultado de votos contra e abstenções do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), maior partido da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), a coligação do Governo.
Taur Matan Ruak, chefe do Governo, disse depois da sua reunião na segunda-feira com o Presidente, Francisco Guterres Lu-Olo, que depois do chumbo a AMP "já não existe".
Fontes diplomáticas ouvidas pela Lusa explicaram que o encontro no MNE serviu para o governante deixar uma mensagem de serenidade e confiança, reiterando que o processo está agora nas mãos do Presidente da República, que vai ouvir as forças políticas e a sociedade civil.
No encontro, Babo disse que o Governo está a cumprir as suas funções "com normalidade", aplicando o regime duodecimal.
Babo explicou que a situação de segurança no país está calma e dentro da normalidade.
O Governo considera que começa a contar desde sexta-feira o período de 60 dias definido na Constituição para a aprovação do Orçamento Geral do Estado (OGE), findo o qual, e caso continue a não haver solução, ficaria igualmente aberto o caminho para eleições antecipadas.
Os diplomatas questionaram o ministro sobre aspetos como o impacto da situação nos projetos do Governo e a situação financeira do executivo, entre outras matérias.
O Presidente da República começa na quinta-feira a ouvir os partidos com assento parlamentar e representantes da sociedade civil.
Francisco Guterres Lu-Olo considera necessário "vontade política e abertura" de todos para encontrar uma solução para a situação política no país.
"O Presidente da República convida os líderes dos partidos com assento parlamentar para ouvir as suas ideias e propostas para soluções sobre a atual situação político-constitucional", refere-se no comunicado.
Lu-Olo vai ainda ouvir os ex-titulares e outras entidades, juristas, representantes das confissões religiosas e da sociedade civil.
"O Presidente da República acredita que iremos encontrar a melhor solução para o povo e o Estado de Timor-Leste", acrescenta-se no comunicado.
ASP // VM
Lusa/Fim