Desconfia sempre de restaurantes da moda, estes até a deixam "um bocadinho" enervada. Já a cozinha de 'Hell's Kitchen Famosos' foi uma "experiência única" para Inês Lopes Gonçalves, que agarrou o desafio com unhas e dentes e foi uma das finalistas do programa da SIC, conduzido por Ljubomir Stanisic.
Ao site do Fama Show, a locutora de rádio - que acabou por ser eliminada este domingo, 8 de dezembro - conta que a "adrenalina e o desafio" da primeira temporada a cativou, mas "gostar muito de cozinhar foi sem dúvida o principal factor" para participar neste formato.
Logo no primeiro episódio, Inês confecionou um dos pratos favoritos do chef - Iscas à Portuguesa - e aproveitou para roubar o tamboril à equipa adversária (a azul), tendo sido posteriormente 'apanhada' pelas câmaras da cozinha mais infernal do país.
Brincadeiras à parte, a humorista diz que o maior desafio foi "sem dúvida, a parte do serviço no restaurante". "Demasiadas coisas a acontecer e muita pressão porque é preciso fazer depressa e bem. Era preciso ter sempre noção do que se passava à volta ao mesmo tempo que se estava hiper focado numa tarefa ou três", explica.
Houve também alguns contratempos. "Percebi rapidamente que aquelas facas não eram mesmo para brincadeiras e depois especializei-me em queimaduras", afirma.
Elogios e aplausos na hora de apresentar os pratos
Questionada sobre se houve algum prato, em particular, que a tenha deixa mais apreensiva, Inês responde com o humor que lhe é característico: "A verdade é que o linguado do menu e eu nunca fomos lá grandes amigos", conta.
"No dia em que o chef nos apresentou aves com peninhas e tudo também pensei 'pronto, já fui'. Nem sabia bem por onde começar a abordar aquela questão", recorda. No entanto, o pombo que cozinhou acabou por ser um dos seus pratos favoritos "por achar que nunca ia conseguir transformar aquele bicho num prato de comida aceitável". E não desiludiu: "Rebentaste com a escala toda, está incrível", afirmou o chef no programa.
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O prato de favas, típico do Sudão, também não ficou atrás e, na altura, recebeu um rasgado elogio. "É mesmo uau", disse Ljubomir Stanisic. A verdade é que a locutora foi aplaudida várias vezes ao longo do programa. "Tenho de aplaudir. Está espetacular", atirou João Manzarra, referindo-se ao Chaat, típico da Índia."Deves ser a minha melhor aluna", afirmou o chef após ter provado o Ramen com ovo milenar. "Ele tem tanto de exigente como de generoso", destaca Inês.
"Faço muitas vezes, mas no programa foi desastroso"
Num dos episódios, Inês recebeu uma página de um livro de receitas que a avó 'Gina' lhe deixou, que disse guardar "quase como uma relíquia". "Lembro-me de estar na cozinha com ela, na altura do Natal ou da Páscoa, e achar quase sobrenatural a forma como ela conseguia fazer tantas coisas, tão bem e para tanta gente. E lembro-me do primeiro doce que fiz, que foi com ela, um clássico salame de chocolate", relembra.
Em homenagem à avó, a locutora fez Chiffon de Chocolate. "Faço muitas vezes, mas normalmente sai muito melhor. No programa foi desastroso", afirma, referindo-se ao facto de parte do bolo estar sem farinha, o que a levou a improvisar um "perfeito engano de chocolate". Arroz de Pato também é o prato pedido lá em casa, mas o prato favorito de Inês é mesmo Arroz de Cabidela.
E agora os seus pratos, provavelmente, serão ainda mais saborosos."Nunca mais cozi batatas sem um bocadinho de azeite, alho e ervas aromáticas", confessa. O que leva desta experiência? "Cadernos gatafunhados com apontamentos de receitas e dicas que espero bem conseguir transcrever, várias e boas receitas do restaurante do chef, óptimas facas e alguns amigos novos com quem partilhar esta sensação de termos vivido uma experiência única", afirma.
"Um vencedor intenso para um programa intenso"
Assim como António Pedro Cerdeira, a humorista também mencionou Marco Costa como potencial vencedor. "Desde muito cedo que me lembro de pensar 'o Marco vai ganhar isto'. Não vi em praticamente mais ninguém aquele nível de entrega e de força. Mesmo quando estava numa praia que não era a dele, nunca virou as costas a nada e conseguiu sempre dar mais um bocadinho", sublinha.
"É um líder nato, o que se notou no trabalho de equipa e nos serviços, e o que lhe possa faltar em suavidade, compensa com intuição e a experiência que já trazia da cozinha. Um vencedor intenso para um programa intenso, tudo certo", acrescenta. A revelação do concorrente que irá suceder Lourenço Ortigão, o vencedor da primeira edição, está muito próxima.
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Com a certeza de que "não teria feito nada diferente", Inês Lopes Gonçalves destaca ainda "a intensidade e a entrega" com que viveu a experiência e deixa uma forte mensagem: "Numa cozinha é preciso nunca descurar o nosso trabalho individual, mas também nunca perder de vista que se é parte de uma engrenagem, daí nunca nos podermos fechar numa bolha."