"O que passa em Cabo Delgado, em Palma, é mesmo horrível, ainda mais porque esta insurgência latente foi identificada como uma ameaça há vários anos", disse Abebe Aemro Selassie, na conferência de imprensa de apresentação do relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais: África subsaariana, hoje em Washington.

"A não ser que se lide com isto de forma apropriada, o conflito vai ter uma influência importante na evolução da economia e na produção de gás, da qual o país quer depender doravante, é preciso que isto seja resolvido o mais rapidamente possível", avisou o diretor do departamento africano do Fundo.

O FMI prevê que Moçambique recupere da recessão de 0,5% registada no ano passado e cresça 2,1% este ano e 4,7% em 2022.

A violência armada em Cabo Delgado dura há três anos e meio, mas ganhou uma nova escalada a 24 de março quando grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, que está a cerca de seis quilómetros dos multimilionários projetos de gás natural.

A incursão provocou dezenas de mortos e obrigou à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária que já fez mais de 2.500 mortos, segundo contas feitas pela Lusa, e atinge cerca de 700 mil pessoas deslocadas desde o início do conflito, de acordo com dados das Nações Unidas.

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Lusa/Fima