
Esta descida, segundo a Fenabrave, é resultante, em grande parte, devido à guerra na Ucrânia.
O número de automóveis, veículos comerciais ligeiros, autocarros e camiões vendidos no Brasil caiu de 189.372 unidades, em março de 2021, para 146.816 unidades, em março deste ano, de acordo com estatísticas da Fenabrave, que mede as vendas com base em novos registos.
Apesar desta redução, as vendas cresceram 10,95% em comparação com fevereiro (132.323 unidades), quando também tinham caído principalmente devido à falta de componentes, especificamente aparas, o que tem afetado a produção nas fábricas.
A falta de matérias-primas devido à escassez global obrigou a maioria dos fabricantes de automóveis brasileiros a reduzir a produção.
O presidente da Fenabrave, José Mauricio Andreta Jr, disse que para além das dificuldades da indústria em satisfazer a procura, outros problemas como a guerra na Europa e a subida acentuada dos preços dos combustíveis também contribuíram para a queda das vendas.
"A variante Ómicron afetou a produção de vários componentes industriais e a venda de veículos no início do ano. Mas depois veio o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o que deixou muitos consumidores preocupados, especialmente com os preços dos combustíveis", disse.
Segundo a Fenabrave, para além do aumento de 34,8% dos preços do petróleo no mercado internacional até agora este ano, a subida de 16% do real em relação ao dólar colocou ainda mais pressão sobre os custos dos distribuidores.
"Estes aumentos têm um impacto na decisão de compra dos consumidores de veículos e refletem-se no desempenho do nosso setor", explicou Andreta.
De acordo com a Fenabrave, todos estes fatores fizeram com que as vendas de veículos no Brasil acumulassem uma queda de 23,15% até agora este ano, de 527.827 unidades vendidas no primeiro trimestre de 2021 para 405.616 vendidas nos primeiros três meses deste ano.
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