
O responsável guineense falou à Lusa no âmbito da visita de Estado de 48 horas que o Presidente senegalês, Bassirou Diomaye Faye, terminou hoje à Guiné-Bissau, a convite do seu homólogo, Umaro Sissoco Embaló.
De acordo com o diretor-geral do Comércio Externo, o Senegal "é um país estratégico" para a Guiné-Bissau por abastecer o mercado guineense com 48% de produtos de consumo, entre os quais frutas e legumes, sobretudo a cebola, produto de que o Senegal é um dos principais produtores.
"O Senegal é um grande produtor de cebola na nossa costa. A Guiné-Bissau, quase 80% da cebola que consome vem do Senegal", destacou o diretor-geral do Comércio Externo guineense.
O país também importa do Senegal leite pasteurizado e gado bovino, frisou.
O mesmo responsável notou ainda que grande quantidade de produtos alimentares de primeira necessidade não produzidos no Senegal, nomeadamente arroz, óleo e farinha, chega ao mercado guineense a partir do porto senegalês de Dacar.
O diretor-geral do Comércio Externo guineense afirmou que o Senegal acaba por servir de zona de trânsito dos produtos devido às infraestruturas portuárias que possui e que são aproveitadas pelos importadores.
Lassana Fati referiu que a Guiné-Bissau exporta para o Senegal sobretudo batata-doce, mandioca, produtos silvestres e peixe seco, mas este "de forma clandestina". O responsável disse ser difícil quantificar o valor da exportação guineense para o Senegal.
"O Senegal representa, neste momento, o maior parceiro comercial da Guiné-Bissau, porque na zona UEMOA, quase em termos de importação da Guiné-Bissau, o Senegal representa 48%. É um elemento muito forte depois de Portugal, que também é um grande parceiro da Guiné-Bissau", acrescentou.
O diretor-geral do Comércio Externo guineense não tem dúvidas em considerar o Senegal como "parceiro estratégico" em termos de trocas comerciais com a Guiné-Bissau devido às cifras em causa.
Lassana Fati observou que qualquer "cenário negro" no Senegal "tem impacto direto" no mercado guineense, o que se reflete de imediato com a escassez de produtos no mercado local.
Sobre a visita do Presidente senegalês a Bissau, Fati disse esperar "bons resultados", nomeadamente "a concretização da ideia" da assinatura de um acordo tripartido entre Guiné-Bissau, Gâmbia e Senegal para importação em comum de produtos de primeira necessidade no mercado internacional.
O mesmo acordo, que a diplomacia guineense espera ser assinado ainda este ano, também vai permitir a eliminação das barreiras não tarifárias nas fronteiras entre os três países.
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