
"Este ritmo significa que, em termos de padrões de vida, a região da África subsaariana atrasa-se ainda mais face aos outros mercados emergentes e economias em desenvolvimento, excluindo a China e a Índia", lê-se no relatório do Banco Mundial sobre as Perspetivas Económicas Globais, hoje divulgado em Washington.
No documento, os economistas apontam que o aumento do rendimento 'per capita', isto é, o crescimento económico dividido por cada cidadão, "vai continuar desadequado para reduzir a extrema pobreza de forma significativa na região, que alberga a maior parte dos pobres do mundo".
Salientando a distribuição desigual do aumento da riqueza de cada cidadão, o Banco Mundial escreve que "em 2027, o rendimento 'per capita' em mais de um quarto das economias da região não terá sequer recuperado para o nível anterior à pandemia" e alerta que "aumentar os rendimentos e reduzir a pobreza deverá continuar uma tarefa difícil, já que o desafio laboral vai intensificar-se nos próximos anos" devido ao grande número de jovens que chegam ao mercado de trabalho.
O aumento da população jovem que chega à idade laboral deverá aumentar rapidamente nos próximos cinco anos e quase duplicar entre 2025 e 2050, representando o maior aumento absoluto que qualquer região registou em apenas 25 anos, acrescenta-se no documento, em que se alerta que, "sem políticas de reforço do crescimento e contra os tradicionais gargalos estruturais, é improvável que as economias da África subsaariana consigam gerar o crescimento de emprego necessário para acompanhar esta expansão sem precedentes da população em idade laboral".
MBA // JMC
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