"O que o PSD vai fazer é entrar com um requerimento amanhã [sexta-feira], porque hoje é feriado, no sentido de chamar o doutor Fernando Medina [presidente da Câmara Municipal de Lisboa] à Assembleia da República e também votaremos a favor de todos os requerimentos de outros grupos parlamentares que tenham o mesmo objetivo", disse Rui Rio em conferência de imprensa, no Porto.

Além disso, o partido vai entregar um segundo requerimento para que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, vá também ao Parlamento fazer a avaliação desta situação e que procedimentos há a adotar para que haja "a certeza que isto não volta a acontecer nunca mais em Portugal", revelou.

Rui Rio disse que a situação não é grave, mas sim "gravíssima" e "absolutamente intolerável" num país democrático.

"E nenhum governo da União Europeia faria semelhante coisa", afirmou, reforçando tratar-se de uma "vergonha para Portugal".

"Já há diversas notícias na comunicação social internacional sobre o que a Câmara Municipal de Lisboa fez", sublinhou o social-democrata.

O caso dos ativistas russos reporta-se a 18 de janeiro, quando foi pedida autorização para uma concentração em solidariedade com o opositor russo Alexei Navalny, detido na Rússia, com vista à sua libertação.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa pediu hoje "desculpas públicas" pela partilha de dados de ativistas russos em Portugal com as autoridades russas, assumindo que foi "um erro lamentável que não podia ter acontecido".

"Quero fazer um pedido de desculpas público aos promotores da manifestação em defesa dos direitos de Navalny, da mesma forma que já o fiz à promotora da manifestação. Quero assumir esse pedido de desculpas público por um erro a todos os títulos lamentável da Câmara de Lisboa", disse Fernando Medina numa conferência de imprensa sobre envio à Rússia de dados pessoais de três ativistas russos.

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