
No encontro que abre uma nova etapa depois da substituição de Pablo Casado como líder do Partido Popular (PP), as duas partes foram incapazes de se aproximar nos temas em que o executivo tinha proposto acordos: política económica, política externa ou para a renovação do poder judicial.
Apesar da afirmação da intenção de chegar a um entendimento, na reunião foram apresentadas receitas diferentes para lidar com a inflação em alta e a crise económica agravada pela guerra na Ucrânia, uma vez que o PP pediu uma diminuição dos impostos e cortes nas despesas supérfluas, enquanto o Governo advertiu que "desarmar" o Estado social seria "suicida".
Pedro Sánchez procurou compromissos em diversos temas, incluindo a renovação do Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ), bem como do Tribunal Constitucional, para além de um pacto para o plano de resposta nacional à guerra na Ucrânia, e o apoio do PP aos esforços do governo na União Europeia para baixar o preço da eletricidade e a gestão dos fundos europeus.
Feijóo já tinha anunciado na quarta-feira que iria pedir uma redução imediata do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares como condição para apoiar o pacote de medidas para enfrentar a guerra, que ele considera um "remendo" com um título "falacioso".
O presidente do PP lamentou a falta de resultados da reunião: "Foi muito menos frutuosa do que eu gostaria. Não posso dar nenhuma boa notícia", disse.
Feijóo explicou, numa conferência de imprensa, que a reunião tinha sido "muito cordial" mas, no entanto, não tinham chegado a acordo sobre medidas adicionais para aliviar a situação da crise económica, para além do decreto já aprovado pelo Governo.
O líder do PP também criticou o facto de a reunião se ter realizado sem uma agenda previamente conhecida ou, pelo menos, sem um mínimo de documentação que permitisse obter esclarecimentos adicionais sobre as questões a tratar.
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