"Dia 20 de março encerra o prazo da vigência do atual presidente [da Petrobras]. É direito meu reconduzi-lo ou não. Ele não será reconduzido. Qual o problema?" questionou Bolsonaro em conversa com apoiantes ao comentar troca solicitada por ele no comando da empresa.

"É sinal de que alguns do mercado financeiro estão muito felizes com a política que só tem um viés na Petrobras, atender aos interesses próprios de alguns grupos do Brasil, nada mais além disso", acrescentou.

Na sexta-feira, o chefe de Estado brasileiro anunciou a indicação do general reformado Joaquim Silva e Luna para o lugar do atual presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco.

Após o pedido de troca na direção da Petrobras se tornar público, as ações da empresa entraram em queda livre e, segundo informações do jornal Valor Económico, a perda de valor no mercado das ações já soma quase 100 mil milhões de reais (cerca de 15 mil milhões de euros, na cotação atual).

A bolsa de valores do Brasil opera hoje em forte queda desde a abertura da sessão, refletindo as mudanças na Petrobras e o medo dos investidores face a sinais de uma guinada na política económica do país.

O anúncio sobre mudanças da estatal petrolífera, que tem ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo, Madrid e Nova Iorque, respondeu a pressão dos motoristas de camiões, base eleitoral que apoia Bolsonaro, contra os contínuos reajustes dos preços dos combustíveis que têm levado o setor de transporte a ameaçar uma nova greve.

Bolsonaro também disse na sexta-feira que outras mudanças podem ocorrer no setor elétrico e que o mercado também presume que incluirão o Banco do Brasil.

Consequentemente, os papeis preferenciais e ordinários da Eletrobras e os do tipo ordinário do Banco do Brasil, as outras duas grandes empresas públicas do país sul-americano, também operam em queda.

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