
A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse nesta segunda-feira que o controlo da política monetária dos Estados Unidos por Donald Trump pode constituir “um perigo muito sério” para as economias norte-americana e mundiais.
Lagarde afirmou que a política do banco central norte-americano (Reserva Federal) tem um impacto direto na manutenção da estabilidade dos preços e no emprego nos Estados Unidos sublinhando que eventuais alterações podem provocar efeitos graves.
“Se dependesse dos ditames deste ou daquele indivíduo (…) o equilíbrio da economia norte-americana e, consequentemente, os efeitos que teria em todo o mundo, seriam muito preocupantes”, disse Lagarde.
Por outro lado, em declarações à estação francesa Radio Classique, Christine Lagarde afirmou que vai ser muito difícil Donald Trump controlar o banco central dos Estados Unidos porque o Supremo Tribunal norte-americano é amplamente respeitado no país.
“Espero que [Supremo Tribunal] seja respeitado também por Donald Trump”, acrescentou Lagarde recordando que o governador da Reserva Federal só pode ser destituído por conduta grave.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acredita ter influência na política monetária e pretende que a Reserva Federal reduza as taxas de juro.
Depois de constantes críticas ao presidente da instituição, Jerome Powell, nomeado para o cargo durante o primeiro mandato (2017-2020) como chefe de Estado, Donald Trump tenta agora a demissão de uma das governadoras: Lisa Cook.
A governadora é acusada por Donald Trump de mentir na obtenção de uma taxa de hipoteca imobiliária mais favorável.
Lisa Cook afirmou na semana passada que não aceita o afastamento e, por isso, vai recorrer aos tribunais.
Na mesma comunicação, Lagarde alertou sobre riscos da crise política em França. A presidente do BCE considera que a “ocorrência de riscos políticos têm um impacto claro” na economia e na avaliação dos mercados financeiros.
Lagarde referiu-se à crise política em França na mesma altura o primeiro-ministro francês, François Bayrou, procuraa confiança da Assembleia Nacional. De acordo com a Agência France Presse, o primeiro-ministro de França não vai conseguir o apoio parlamentar necessário e, por isso, pode vir a ser obrigado a apresentar a demissão.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT50