
Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA (FED, na sigla em inglês), reiterou a independência da instituição face às pressões do presidente Donald Trump, que insiste na descida das taxas de juro.
Na primeira reunião do segundo mandato de Trump, na Casa Branca, nesta quinta-feira, Powell recusou ceder à pressão, referindo a FED que o seu presidente “não discutiu as suas expectativas para a política monetária, exceto para enfatizar que o caminho da política dependerá inteiramente das informações económicas recebidas e do que isso significa para as perspetivas”.
Powell foi convidado pelo presidente para discutir, de acordo com o banco central dos EUA , “desenvolvimentos económicos, incluindo crescimento, emprego e inflação”.
As negociações ocorrem após pressão do presidente norte-americano sobre o presidente da FED para reduzir as taxas de juros a fim de atenuar o impacto daspolíticas comerciais do governo.
Segundo o Financail Times, Trump disse a Powell acreditar que o presidente da Reserva Federal estava “a cometer um erro ao não reduzir as taxas de juro, o que está a colocar os Estados Unidos em desvantagem económica face à China e a outros países”.
Recorde-se que Trump admitiu anteriormente a possibilidade de demitir Jerome Powell antes do fim do seu mandato, em 2026, levantando dúvidas sobre a independência da Reserva Federal e agitando os mercados. No entanto, garantiu recentemente não ter essa intenção, o que tranquilizou os investidores. Desde o início do segundo mandato de Trump, a FED manteve as taxas de juro entre 4,25% e 4,5%.
Entretanto, Powell tem defendido publicamente os princípios democráticos e as instituições. Segundo o Financial Times, recentemente, num discurso em Princeton, apelou à defesa da democracia e valorizou o papel das universidades. Autoridades da FED alertam também que as políticas de Donald Trump podem conduzir a um crescimento mais lento e inflação mais elevada.