No final da reunião com o primeiro-ministro português, Patrice Trovoada disse à agência Lusa que este encontro já estava a ser tentado há algumas semanas e que agora aproveitou a sua passagem por Portugal para o concretizar.

"Estávamos há algumas semanas a tentar fazer coincidir as nossas agendas e desta vez conseguimos acertar. Estou de passagem por Lisboa e foi uma boa oportunidade para nos conhecermos pessoalmente e aproveitámos para revisitarmos um pouco a cooperação, assuntos bilaterais e a agenda internacional também", prosseguiu.

Questionado se o acordo de cooperação militar entre São Tomé e Moscovo foi assunto da conversa com Luís Montenegro, Trovoada disse que não.

"Falámos da situação internacional, da situação na Ucrânia. Portugal sabe perfeitamente, e não foi necessário insistir, sobre a posição de São Tomé e Príncipe, que é de condenação da invasão da Rússia à Ucrânia", observou.

E prosseguiu: "Falámos evidentemente da cooperação bilateral no domínio militar, da situação de segurança no golfo da Guiné e concluímos que as relações são boas, vão continuar boas e temos de ver em que medida podemos aprofundá-las".

Sobre as anunciadas alterações aos vistos CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), após Portugal afirmar que iriam ser exigidas provas de subsistência a quem queira entrar em Portugal com uma autorização CPLP, Patrice Trovoada afirmou que "a intenção, o princípio que está por detrás não sofre alteração".

"Há circunstâncias que Portugal sabe, que os povos portugueses sabem, e que é da responsabilidade de Portugal, e não vamos interferir", referiu.

Para Trovoada, "o importante é que a intenção de maior integração, de circulação das pessoas, continua viva. Agora, há condicionantes que são da responsabilidade de quem governa Portugal e dos portugueses e vamos ver o resultado final".

"O mais importante para nós é que não senti vontade de andarmos para trás. O que eu acho é que Portugal pertence a vários espaços -- CPLP, UE -- e há constrangimentos e há fatores que eu desconheço, mas acredito que essa vontade política por parte dos governos portugueses continua".

E acrescentou: "Não estamos num panorama estático, as coisas evoluem, há constrangimentos. Vamos deixar e ver como será a moldura final e depois, evidentemente, iremos lidar com ela".

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