
"Esta central térmica [para produção de eletricidade] será a maior a ser construída depois da independência do nosso país e vem responder ao desafio de aumento da disponibilidade de energia para as necessidades de desenvolvimento económico e social", com criação de empregos, "sobretudo para jovens", referiu Carlos Agostinho do Rosário, numa sessão de informação no parlamento.
A Central Térmica de Temane terá 420 megawatts e vai funcionar a gás natural.
O anúncio do primeiro-ministro surge duas semanas depois de a petrolífera estatal sul-africana Sasol ter anunciado que vai reforçar o investimento que tem nas jazidas de gás daquela região.
Outros anúncios têm sido feitos acerca do projeto.
Em setembro de 2020, a Corporação Financeira dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (DFC) anunciou um empréstimo de 200 milhões de dólares (168 milhões de euros) para a construção da central e para uma linha de 25 quilómetros, na província de Inhambane.
Em agosto de 2019, o Governo moçambicano já tinha assinado acordos de financiamento com outras instituições internacionais no valor de 530 milhões de dólares (445 milhões de euros) para construção da linha de 563 quilómetros que vai ligar aquela central a Maputo.
O primeiro-ministro moçambicano anunciou também hoje no parlamento o arranque, no segundo semestre de 2021, do projeto da linha de interligação Moçambique-Maláui, ligando Matambo, na província de Tete, ao país vizinho.
A iniciativa concretiza "a estratégia de integração regional, que visa consolidar a posição de Moçambique como polo energético", destacou.
Carlos Agostinho do Rosário anunciou ainda a conclusão, até final do mês, "da implantação do primeiro troço de 367 quilómetros da espinha dorsal do sistema de transporte a 400 quilovolts (kv) ligando Chimuara a Alto Molocué, na província central da Zambézia".
Até final do ano deverá estar pronta "a linha de transmissão a 110 kilovolts ligando Chibabava, em Sofala, a Vilanculo em Inhambane, com uma componente de expansão e reforço da rede de distribuição elétrica", concluiu.
Além do fornecimento à indústria e outras empresas, o Governo moçambicano pretende atingir dois milhões de novas ligações domésticas, beneficiando mais de 10 milhões de pessoas até 2024 - elevando de 34% para 64% a população (30 milhões de habitantes) com energia em casa.
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