
Um comunicado do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), hoje divulgado, refere que, no âmbito de um inquérito, foram cumpridos na zona de Lisboa e Cascais nove mandados de busca domiciliária e oito mandados de busca não domiciliária.
Segundo adianta o DCIAP, tais mandados inserem-se numa investigação sobre "a prática de crimes de branqueamento e de descaminho, relacionados com fundos que se suspeita terem sido retirados do Banco Privado Português [BPP], assim como com as obras de arte apreendidas a João Rendeiro no âmbito de processo no qual se encontra condenado".
Embora sem mencionar expressamente o nome de Maria de Jesus Rendeiro, o DCIAP afirma que, "por se ter considerado existir um forte perigo de fuga, para a aquisição e conservação da prova e para a descoberta da verdade", foram emitidos e cumpridos mandados de detenção contra uma suspeita para esta se apresentar, "no prazo de 48 horas, a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas de coação adequadas".
As diligências foram executadas pela Polícia Judiciária (PJ) sob a direção de dois magistrados do Ministério Público.
Em comunicado entretanto divulgado, a Polícia Judiciária dá conta de detalhes da operação denominada "D'Arte Asas", referindo que "foi cumprido um mandado de detenção emitido pelo DCIAP".
A PJ disse ainda que as buscas em Lisboa, Oeiras, Estoril e Alcáçovas envolveram cerca de cinquenta inspetores e peritos.
Segundo a nota do DCIAP, a operação de hoje visou "a recolha da prova dos factos e a recuperação de produto do crime".
A notícia do mandado de detenção contra Maria de Jesus Rendeiro foi hoje avançada pela TVI.
O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) João Rendeiro, condenado no final de setembro a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta após ter fugido à justiça.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como processos relacionados com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.
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