
De acordo com o relatório das demonstrações financeiras de janeiro a junho, o maior banco de Moçambique apresentou um resultado líquido no período de 3.549 milhões de meticais (51,4 milhões de euros), que compara com 3.453 milhões de meticais (50 milhões de euros) no primeiro semestre de 2023.
O banco fechou o primeiro semestre deste ano com um ativo total de 226,3 mil milhões de meticais (3.279 milhões de euros), um aumento de 7,8% neste caso face ao final de 2023, enquanto o passivo total cresceu 10% no mesmo período, para 196,9 mil milhões de meticais (2.852 milhões de euros).
O BCI fechou 2023 com um capital social de 10 mil milhões de meticais (146 milhões de euros), numa estrutura acionista liderada (51%) pela Caixa Participações, do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), contando com o banco português BPI (35,67%) e ainda diretamente pela CGD (10,51%), entre outros.
Os lucros do BCI já tinham crescido 1,28% em 2023, para quase 120 milhões de euros, segundo o relatório e contas noticiado anteriormente pela Lusa.
"Confirmando o mérito do rumo estratégico trilhado, o BCI manteve, ao longo do ano 2023, a liderança do setor bancário moçambicano nos três principais indicadores de atividade, pois alcançou uma quota de mercado de 25,80% no crédito, 25,39% nos depósitos e 22,89% nos ativos, com referência ao mês de dezembro", lê-se na mensagem da administração que consta do relatório.
Acrescenta que o BCI "serve 2,3 milhões de clientes no mercado nacional", sendo "a maior instituição financeira a operar no sistema financeiro moçambicano".
Depois de um crescimento de 55% nos lucros em 2022, para 8.078 milhões de meticais (118,1 milhões de euros), o BCI apresentou um resultado positivo do exercício de 2023 de 8.181 milhões de meticais (119,6 milhões de euros), "impulsionado por um crescimento sustentável dos proveitos operacionais, com níveis de liquidez confortáveis e controlo adequado dos custos de exploração".
Dos lucros de 2023, a administração do BCI propôs a distribuição de 62,94% em dividendos aos acionistas, no valor de quase 5.150 milhões de meticais (75,2 milhões de euros), e o restante em reservas, livres e legais.
A administração explica que o resultado de 2023 "foi condicionado pelo elevado reforço das imparidades e provisões", no valor de mais de 1.213 milhões de meticais (17,7 milhões de euros), "dada a política prudente do banco na avaliação dos riscos e a necessidade de cobertura" dos respetivos seus ativos.
Acrescenta igualmente que "tanto o resultado líquido de 2023, como o de 2022, foram impactados por diversos efeitos extraordinários positivos e negativos", como "a recuperação de um crédito de montante significativo, que já se encontrava abatido ao ativo" e, negativamente, "o impacto do projeto de upgrade para a plataforma Euronet, nomeadamente, o aumento dos custos".
O relatório e contas destaca igualmente que o BCI fechou 2023 com 2.734 trabalhadores e 211 agências em todo o país, com os clientes a aumentarem 4,9% num ano, para 2.285.251.
O BCI terminou o ano com um ativo total líquido de 209.856 milhões de meticais (3.063 milhões de euros), um aumento de 3,80%, enquanto o volume de crédito a clientes cresceu no mesmo período 4,27%, para 73.738 milhões de meticais (1.076 milhões de euros), enquanto os recursos dos clientes (depósitos) cresceram 0,43%, para 159.530 milhões de meticais (2.328 milhões de euros).
Em 2023, o total de crédito em incumprimento no BCI caiu para 8.134 milhões de meticais (3.071 milhões de euros), correspondendo a 11% do total, mas 80% coberto por imparidades.
PVJ // EJ
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