
Só em junho, os recursos investidos por estrangeiros em projetos produtivos na maior economia latino-americana caíram 64%, passando de 5,2 mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros) em junho de 2022 para 1,8 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros) no mês passado, segundo dados do órgão emissor.
Apesar desta queda acentuada, o valor acumulado até agora está dentro das expectativas do Governo, que prevê que o investimento estrangeiro no Brasil caia de 91,5 mil milhões de dólares (82,6 mil milhões de euros) em 2022 para 75 mil milhões de dólares (67,7 mil milhões de euros) em 2023.
O investimento acumulado nos últimos doze meses até junho totalizou 80 mil milhões de dólares (72,2 mil milhões de euros), valor equivalente a 4,01% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e inferior ao acumulado nos últimos doze meses até maio (83,4 milhões de dólares ou 75,3 mil milhões de euros), montante que representa cerca de 4,2% do PIB do país.
O investimento direto estrangeiro e no país nos últimos doze meses até junho, no entanto, superou significativamente o recebido nos doze meses até junho de 2022: 62,7 mil milhões de dólares (56,6 mil milhões de euros) ou 3,50% do PIB.
O Brasil, com 41% de todo o investimento estrangeiro direto destinado à América Latina e Caribe, foi o quinto destino do IDE global em 2022, segundo acordo com estudo divulgado este mês pela Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
Entre os latino-americanos, seguiram-se México (17%), Chile (9%), Colômbia (8%), Argentina (7%) e Peru (5%).
Apesar da redução no primeiro semestre, o investimento estrangeiro direto no Brasil nos últimos doze meses foi mais do que suficiente para financiar o défice em transações correntes do país no período, que somou 49,9 mil milhões de dólares (45 mil milhões de euros), valor equivalente a 2,5% do PIB.
O saldo negativo das contas do Brasil no exterior nos últimos doze meses até junho é menor que o acumulado até junho de 2022 (-56,6 mil milhões de dólares ou 51,1 mil milhões de euros, o que equivale a 2,94% do PIB do país, e o de todo o ano passado (-57 mil milhões de dólares ou -51,5 mil milhões de euros), o que representa 2,97% do PIB.
No primeiro semestre de 2023, o Brasil acumulou um défice em seu saldo em transações correntes (diferença entre os recursos enviados ao exterior e os recebidos pelo país) de 13,8 mil milhões de dólares (12,5 mil milhões de euros), valor 33,7% inferior ao do mesmo período de 2022 (- 20,8 milhões de dólares ou -18,8 mil milhões de euros).
Em junho, o Brasil registou um défice na balança corrente de 843 milhões de dólares (761 milhões de euros), que contrasta com o excedente do mesmo mês do ano passado de 266 milhões de dólares (240,1 milhões de euros).
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