John Magufuli e Carlos Agostinho do Rosário mantiveram um encontro na quinta-feira na cidade tanzaniana de Dodoma, após a tomada de posse do chefe de Estado tanzaniano reeleito.
"A paz e a estabilidade são determinantes para o desenvolvimento nos dois países e toda a região. Por isso, foi um encontro bom, pensamos que vamos continuar a trabalhar", declarou Rosário, falando aos jornalistas moçambicanos presentes na cerimónia.
O primeiro-ministro avançou que os dois países estão conscientes de que devem estar juntos na luta pela estabilidade, paz e progresso, tal como aconteceu na luta contra o colonialismo português.
Carlos Agostinho do Rosário adiantou que a sua presença na cerimónia de tomada de posse foi um momento para transmitir a fraternidade, amizade e cumprimentos do povo moçambicano ao povo tanzaniano.
"Foi uma ocasião para podermos reforçar as relações de irmandade e as relações de cooperação e de vizinhança", afirmou.
Moçambique e Tanzânia, prosseguiu, têm relações de "irmandade" construídas no início e decurso da luta armada de libertação contra o colonialismo português no território moçambicano, além de serem parceiros no quadro da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Na quinta-feira e sábado da semana passada, uma sequência de 'rockets' lançados sobre o rio Rovuma, do lado da Tanzânia para Moçambique, feriu com gravidade 12 civis numa aldeia da província de Cabo Delgado, disseram à Lusa vários moradores da região fronteiriça.
Os mísseis visavam, supostamente, os acampamentos de grupos terroristas entrincheirados em matas das margens do rio Rovuma.
O fogo de armamento pesado atribuído ao exército tanzaniano atingiu a aldeia de Mandimba, a oito quilómetros da sede distrital de Nangade, no norte de Cabo Delgado, uma área que acolhe milhares de deslocados de ataques terroristas, disse à Lusa um morador.
"Os 'rockets' começaram a ser lançados pela tropa da Tanzânia depois do ataque dos 'al-Shebab' [nome dado aos rebeldes] a Kitaya", uma aldeia da Tanzânia.
A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco, há três anos, de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas.
Há diferentes estimativas para o número de mortos, que vão de mil a 2.000 vítimas.
O primeiro-ministro moçambicano disse na quarta-feira da semana passada no parlamento que "as ações terroristas estão a criar centenas de milhares de deslocados internos, cujo número se situa, atualmente, em mais de 435 mil pessoas".
Carlos Agostinho do Rosário avançou que mais de 10 mil pessoas que fugiram do conflito armado em Cabo Delgado chegaram à capital da província, Pemba, nos últimos dias.
PMA // VM
Lusa/Fim