
Segundo o comunicado, enviado à imprensa, a missão técnica do FMI vai analisar as "folhas salariais, os resultados do recenseamento dos funcionários da administração pública" e "conhecer o número total dos professores existentes na Guiné-Bissau, desde o ensino básico", passando pelo secundário e superior.
"É neste quadro que a missão do FMI tem reuniões marcadas com os técnicos e altos funcionários de diversas instituições nacionais, designadamente, dos ministérios das Finanças, da Administração Pública, da Educação Nacional, do Interior, da Saúde, da Justiça e dos Direitos Humanos, e do Tribunal de Contas", salienta o comunicado.
O Ministério das Finanças indica também que a missão técnica vai discutir com o Ministério da Administração Pública a "questão do emprego", nomeadamente o "quadro jurídico legal das contratações, demissões, promoções, assim como da remuneração dos funcionários públicos e o processo de negociação salarial".
O Fundo Monetário Internacional anunciou em junho que iria retomar brevemente a assistência financeira à Guiné-Bissau no âmbito da Facilidade de Crédito Alargado e destacou no âmbito das consultas do artigo IV que a gestão orçamental sustentável é uma "prioridade" e que a consolidação orçamental deve continuar em 2022 para "conter o elevado risco" de aumento da dívida pública.
Em abril, o FMI estimou que o crescimento económico na Guiné-Bissau tenha acelerado para 5%, mas as perspetivas para 2022 são "mais incertas" devido ao aumento de preços provocados pela guerra na Ucrânia.
As perspetivas, segundo o FMI, tornaram-se mais incertas "dado o impacto potencial do aumento dos preços do petróleo e dos alimentos resultante da guerra na Ucrânia, prevendo-se que o crescimento seja de 3,75% em 2022, com uma inflação superior a 5%, que afetará negativamente os mais vulneráveis".
Mais de 56% do Orçamento de Estado para este ano da Guiné-Bissau é destinado a despesas correntes com salários, bens e serviços, juros e transferências.
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