"O FMI está pronto para reforçar ainda mais a sua colaboração com as autoridades moçambicanas e ajudar a avançar com a sua agenda de reformas", referiu Tao Zhang, após uma passagem iniciada no sábado e que incluiu reuniões com os ministros da Economia e Finanças, e dos Recursos Minerais e Energia, além do governador do banco central.

Durante a visita, o diretor-adjunto do FMI conheceu ainda o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

As palavras de Zhang sublinham as declarações que têm sido feitas desde final de 2019 por dirigentes do FMI, que têm manifestado abertura para a retoma de programas financeiros com o país.

O fundo suspendeu os apoios em 2016, devido ao escândalo das dívidas ocultas do Estado no valor de 2,2 mil milhões de dólares (cerca de dois mil milhões de euros) e às suspeitas de corrupção no caso, que está hoje sob alçada da justiça em Moçambique e no exterior.

Mais do que pelo volume da ajuda, um novo programa financeiro com o FMI serviria como aval para Moçambique abrir portas a apoios adicionais de outros parceiros externos.

A possibilidade de retoma de apoios financeiros do FMI parece reforçada depois de alcançada em outubro a reestruturação dos títulos de dívida soberana -- 'eurobonds', correspondentes a cerca de um terço das dívidas ocultas.

Como resultado da reestruturação, a agência de 'rating' Fitch retirou Moçambique da lista de países em incumprimento financeiro, atribuindo-lhe uma notação de CCC, o terceiro pior nível de análise.

"Estou feliz por ver a economia de Moçambique recuperar dos efeitos dos ciclones tropicais Idai e Kenneth, no ano passado", referiu hoje Tao Zhang, na declaração de despedida, pedindo "políticas económicas prudentes" e mais reformas.

Entre elas, sugere "ações para fortalecer a governação e a transparência, abordar as vulnerabilidades climáticas e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", traçados pelas Nações Unidas, até 2030.

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