"Estamos a contemplar um programa de aproximadamente 280 milhões de dólares", cerca de 253 milhões de euros, disse o porta-voz do FMI durante a conferência de imprensa quinzenal, realizada na sede da instituição, em Washington.

Gerry Rice respondia a questões dos jornalistas sobre o programa, que foi acordado a nível técnico entre a equipa do FMI e as autoridades governamentais da Guiné Equatorial, mas que está ainda sujeita a aprovação por parte da direção do FMI.

"A 21 de outubro as autoridades e uma equipa técnica do FMI acordaram um programa a três anos ao abrigo do Extended Fund Facility, o braço mais concessional do FMI, e estamos agora a trabalhar nas medidas antes da decisão da administração", explicou o porta-voz.

"As autoridades equatoguineenses e uma equipa do FMI chegaram a um acordo a nível técnico sobre um programa a três anos ao abrigo do Programa de Financiamento Ampliado [Extended Fund Facility - EFF, no original em inglês], lê-se no comunicado divulgado em Washington a 22 de outubro.

"O programa económica visa o fortalecimento macroeconómico e a estabilidade financeiro, potenciando a diversificação económica e a melhoria da governação, com o objetivo de promover o crescimento económico sustentável e inclusivo", acrescenta-se no comunicado.

Em setembro, o ministro das Finanças, Mba Abogo, disse, numa entrevista no Fórum Económico Mundial sobre África, que o país iria debater com o FMI a implementação de um programa no valor de 700 milhões de dólares, o equivalente a 630 milhões de euros.

Citado no comunicado, o responsável do FMI, Lisandro Ábrego, afirmou que, para além de procurar "fortalecer a estabilidade financeira e macroeconómica, promover a diversificação económica, fomentar a boa governação e transparência e apoiar o combate à corrupção", o programa visa também "aumentar o espaço orçamental para melhorar a proteção social, incluindo a mitigação dos efeitos do ajustamento macroeconómico nos grupos de baixo rendimento, e promover o desenvolvimento do capital humano".

De acordo com as últimas previsões do FMI, apresentadas em outubro nos Encontros Anuais do Fundo e do Banco Mundial, a economia da Guiné Equatorial deverá manter-se com um crescimento negativo até pelo menos 2024, mantendo a série de taxas negativas de expansão do PIB que começou em 2013, com uma interrupção em 2014.

Assim, o terceiro maior produtor de petróleo na África subsaariana e o mais recente país a aderir à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) deverá registar crescimentos negativos de 4,6% este ano, 5% em 2020 e 2,8% em 2024.

MBA // JH

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