De acordo com o relatório sobre o acompanhamento da execução do Orçamento da Segurança Social, de janeiro a dezembro de 2014, divulgado hoje pelo Tribunal de Contas, as políticas ativas de emprego (como os estágios profissionais) subiram 8,7% no ano passado, "contribuindo assim positivamente para a dinamização do mercado de trabalho, designadamente na parte que respeita à criação de emprego por conta de outrem que apresentou um crescimento de 1,6% em 2014, que compara com uma queda de 2,6% para o conjunto do ano de 2013".
Apesar de o tribunal presidido por Guilherme d'Oliveira Martins destacar "o mérito" destas medidas, aponta "índices de precariedade elevados", bem como a baixa taxa de integração desta população na vida ativa após a finalização do estágio do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP): "Em 2013, 42,4% dos estagiários foram integrados no mercado de trabalho após estágio e em 2014 apenas 33,3%", escreve a entidade.
Depois de o primeiro-ministro ter afirmado, numa entrevista à SIC, que entre janeiro de 2013 e abril de 2015 foram criados mais 175.000 postos de trabalho e que a precariedade diminuiu, a oposição e os sindicatos vieram criticar os números apresentados por Passos Coelho.
Para a CGTP, por exemplo, parte do emprego que o Governo afirma ter sido criado desde 2013 "resulta da utilização massiva das chamadas medidas ativas de emprego, como os estágios e os contratos emprego inserção, que o INE contabiliza como emprego mas que não têm associado um contrato de trabalho, sendo na realidade usadas para subsidiar as empresas e colmatar a falta de trabalhadores na Administração Pública".
SP (RRA)// ATR
Lusa/fim