Num comunicado enviado à bolsa de Sydney, a Syrah Resources disse ter decidido, "por precaução face à segurança dos funcionários", suspender as operações e retirar o pessoal da mina de Balama em 20 de setembro.

A empresa australiana sublinhou que está a trabalhar com representantes de sindicatos e do Governo moçambicano para iniciar negociações com os grevistas, que disse terem "impedido o acesso ao local" da mina.

A Syrah Resources disse ainda estar a preparar, "após uma avaliação da situação de segurança", o regresso dos funcionários e o recomeço da exploração em Balama "assim que possível".

A empresa revelou que a mina produziu até ao momento 38 toneladas de grafite no terceiro trimestre deste ano, sendo que a maioria do material já foi transportada para o porto de Nacala, na província de Nampula.

A Syrah Resources disse já ter vendido 54 toneladas de grafite de Balama no terceiro trimestre e garantiu que irá enviar este mês cinco toneladas de grafite a partir de Nacala, sem qualquer impacto da greve.

A empresa australiana tinha retomado em junho as operações logísticas na Estrada Nacional Número 1 (EN1), após suspender a movimentação de pessoal através da rodovia devido a ataques de rebeldes em Ancuabe.

Os ataques começaram a 05 de junho e são os primeiros relatos de violência associada à insurgência no distrito de Ancuabe, a 100 quilómetros de Pemba, uma zona que até agora era considerada segura e que servia para abrigar deslocados.

A mina de Balama iniciou a produção comercial há quatro anos e foi destaque em dezembro, quando a Syrah anunciou um acordo com multinacional de veículos elétricos Tesla, que pretende usar grafite da mina, que é descrita como um dos maiores depósitos de grafite "de qualidade" no mundo pela própria companhia australiana.

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