
"Como sabemos, houve um aumento do preço do combustível a nível mundial e a Guiné-Bissau também sofreu com esse fenómeno, portanto, tinha de haver um aumento das tarifas dos transportes públicos", disse Luís Filipe Vaz Mendes, presidente da Comissão Técnica de Automobilismo da Direção-Geral de Viação e Transportes Terrestres da Guiné-Bissau.
Além do aumento do preço do combustível, segundo Luís Filipe Vaz Mendes, foi igualmente registado um aumento do preço de outras componentes para viaturas, como, por exemplo, o óleo e pneus.
"Isso obrigou a que os preços dos transportes públicos subissem", explicou.
Segundo o responsável, a nova tabela determina que o preço por quilómetro nos transportes públicos interurbanos passe de 14 francos cfa para 19 francos cfa.
Em relação aos transportes públicos urbanos, os táxis aumentaram a fração de 250 francos cfa (cerca de 0,38 euros) para 300 francos cfa (cerca de 0,45 euros).
Os 'toca-toca' (transporte coletivo urbano) passa de 100 francos cfa (cerca de 0,15 euros) para 200 francos cfa (cerca de 0,30 euros).
Luís Filipe Vaz Mendes disse que já tinha havido um aumento do preço dos 'toca-toca' para 150 francos cfa, mas que não foi aplicado pelos motoristas e por isso agora passa para 200 francos cfa.
"Arranjámos um preço que teve também em conta a situação económica e social dos passageiros e conseguisse manter o sistema de transportes de passageiros em funcionamento, que é importante para todos nós", disse.
Desde o início da pandemia da covid-19 que os preços dos bens alimentares têm vindo a aumentar na Guiné-Bissau, nomeadamente peixe, carne, fruta, vegetais, pão, óleo, açúcar, farinha e arroz, que é a base alimentar dos guineenses.
A Guiné-Bissau importa quase tudo e está dependente das variações dos preços praticados nos mercados mundiais, que têm aumentado devido à crise energética e a recente guerra na Ucrânia.
O Governo guineense fixou em abril novos preços para o arroz, açúcar e farinha de trigo para se adaptar à conjuntura provocada pela guerra no leste da Europa e evitar a especulação de preços.
A medida determinou que um saco de arroz de 50 quilogramas custará ao público 17.500 francos CFA (cerca de 26 euros), um saco de açúcar 25.000 francos CFA (cerca de 38 euros) e um saco de farinha de trigo 23.000 francos CFA (cerca de 30 euros).
Na altura, registou-se uma especulação de preços daqueles produtos no mercado guineense, com o arroz a ser comercializado a 20.000 francos CFA por cada saco de 50 quilogramas, açúcar a 30.000 francos CFA e farinha trigo a 25.000 francos CFA.
MSE // VM
Lusa/Fim