
De acordo com um relatório do Banco de Cabo Verde (BCV), este registo compara com o máximo anterior, superior a 131.310 milhões de escudos (1.180 milhões de euros) no final de 2020, um crescimento de quase 4% face ao final de 2019, explicado pelas linhas de crédito covid-19, lançadas pelo Governo para apoiar a recuperação das empresas afetadas pela pandemia.
Do total do crédito concedido à economia em final de março último, 7,8% correspondia a dívida titulada e os restantes 92,2% a empréstimos bancários às empresas, incluindo as empresas públicas não financeiras.
O BCV iniciou há pouco mais de um ano a implementação de medidas de incentivo económico e mitigação das consequências económicas da pandemia de covid-19, disponibilizando fundos aos bancos e incentivando linhas de crédito às empresas, para apoiar a recuperação económica.
Já no final de dezembro, o BCV anunciou que vai manter as taxas de referência em mínimos históricos em 2021 e prorrogar o programa de financiamento por mais 12 meses, precisamente para mitigar o impacto da crise provocada pela covid-19.
O conselho de administração do BCV explicou que o objetivo é "mitigar o impacto da crise suscitada pela pandemia" na economia nacional, "restaurar e reforçar a confiança dos agentes económicos, bem como estimular a retoma da atividade económica, amparado por pressões contidas na inflação e na balança de pagamentos".
Entre as taxas de referência do BCV, a administração manteve a taxa diretora em 0,25%, a taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,50%, a taxa da facilidade permanente de absorção de liquidez em 0,05% e a taxa de redesconto em 1,0%.
Além disso, e face aos receios da continuidade dos efeitos da crise económica em 2021 - após uma recessão histórica de 14,8% em 2020 -, o BCV aprovou a prorrogação do prazo do programa de financiamento de longo prazo, através da Operação Monetária de Financiamento (OMF), por mais 12 meses, passando a vigorar até dezembro deste ano.
O banco central referia ainda que o ajustamento do programa, "considerando a experiência do primeiro pacote implementado", desde abril de 2020, passará o montante de colocação mensal para 3.000 milhões de escudos (27,2 milhões de euros), "podendo atingir o montante anual de 36 mil milhões de escudos [327,2 milhões de euros], o que representa cerca de 80,0% do stock atual [final de 2020] da dívida pública junto da banca nacional".
"Com efeito, não obstante a previsão de recuperação da atividade económica em 2021, continua a ser necessário fornecer liquidez ao sistema bancário, no sentido de assegurar a confiança num contexto de incerteza", adverte o banco central cabo-verdiano.
Medidas que visam essencialmente "preservar o fator confiança nos mercados, ao sinalizar à banca uma total disposição do banco central em ceder fundos em casos de stress ou escassez de liquidez", mas também "reforçar a orientação da política monetária para um maior estímulo ao crédito e ao crescimento económico".
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