
Ambos os projetos, de diferentes investidores privados, receberam o estatuto de utilidade turística de funcionamento em despachos conjuntos dos ministérios do Turismo e Transportes e das Finanças, de 16 de março, consultados hoje pela Lusa, pela "aposta na diversificação da oferta turística de qualidade", com "segurança e dinamização do fluxo turístico local".
O primeiro desses projetos é a "Quinta Vovó Joana", a instalar em Barbosa, Picos, ilha de Santiago, através de um investimento privado de 68,1 milhões de escudos (612 mil euros) para construir uma unidade hoteleira no meio rural, com 23 quartos e um restaurante, entre outros serviços.
O empreendimento será implantado numa área total de quatro hectares e inclui ainda uma sala de conferências para 100 pessoas, prevendo a criação de 21 postos de trabalho.
O projeto prevê "receber turistas em regime de alojamento individual, bem como receber eventos para grupos de festivos ou de caráter profissional, tendo como pano de fundo a natureza", lê-se no mesmo despacho.
O outro investimento, de 76,3 milhões de escudos (685 mil euros), prevê a instalação do "Agro-cultural Terreru" em São Domingos, também em Santiago, através do aproveitamento e reabilitação de uma antiga construção abandonada, para hotelaria e restauração, gerando 22 postos de trabalho diretos.
"O projeto pretende desenvolver uma ideia de negócio híbrido, de experiência turística, através de uma aliança entre a atividade agrícola e o turismo, mas também impulsionar atividades culturais, o turismo rural e excursões como forma de proporcionar aos visitantes conhecer as diversidades, naturais, culturais do interior da ilha de Santiago", lê-se no segundo despacho, que atribui o estatuto de utilidade turística de funcionamento ao investimento.
Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
O país registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB. O Governo cabo-verdiano admite que a economia possa ter crescido 7,2% em 2021, impulsionada pela retoma da procura turística, e prevê 6% de crescimento em 2022.
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