
O anúncio foi feito durante a tomada de posse de Óscar Santos como novo governador do banco central cabo-verdiano, sucedendo a João Serra, que assumiu o cargo em 2014, não tendo sido reconduzido para um segundo mandato de cinco anos.
"Nós estamos convictos de que esta nova administração irá continuar e reforçar o prestígio e a importância do Banco de Cabo Verde na história e na economia do país, particularmente nesta fase difícil de resposta à crise da covid-19 e da recuperação e relançamento da economia", afirmou Ulisses Correia e Silva, ao discursar na tomada de posse do novo governador e do novo conselho de administração do banco central.
Criado em 1975, com a independência do país, o Banco de Cabo Verde, destacou Ulisses Correia e Silva, "tem um percurso de credibilidade" e, para "honrar a sua história", o Governo prevê "homenagear e condecorar" todos os seus ex-governadores "em breve".
"É um reconhecimento dos ex-governadores e uma distinção da história da instituição", apontou.
Sublinhou que o Banco de Cabo Verde é uma "instituição chave na confiança macroeconómica e financeira do país" e que "nesse sentido, o Governo cumpriu com o seu compromisso", de "reforçar e consolidar os poderes do banco central", com a nova lei orgânica que aguarda aprovação final no parlamento.
O primeiro-ministro reconheceu ainda a importância do papel da instituição do desenho de medidas macroeconómicas e de estímulo à recuperação económica da crise provocada pela pandemia de covid-19, que o Governo espera já para este ano.
"Com sentido de prudência, mas também de otimismo, estamos a conduzir o país para a retoma económica, cujas previsões do Banco Mundial apontam para 5,5% de crescimento. Existem boas oportunidades no ecoturismo, no turismo de saúde, na economia azul, nas energias renováveis, na economia digital e na agricultura inteligente, para diversificar a economia e aumentar a capacidade de geração de empregos", concluiu Ulisses Correia e Silva.
De acordo com a resolução do Conselho de Ministros 03/2021, de 04 de janeiro, que a Lusa noticiou na segunda-feira, ao abrigo da Lei Orgânica do Banco de Cabo Verde, o Governo nomeou Óscar Humberto Évora dos Santos para, em comissão de serviço, exercer o cargo de governador do banco central.
Já através da resolução 01/2021, do mesmo dia, o Governo recorda que o mandato do governador do Banco de Cabo Verde tem a duração de cinco anos, renovável por igual período uma só vez, mas formaliza a saída de João António Pinto Serra, que assim não renova o mandato.
João Serra, antigo ministro das Finanças no Governo liderado por José Maria Neves (PAICV), foi empossado no cargo de governador do BCV em dezembro de 2014, mas em 2019, quando estava no quinto ano em funções, assumiu publicamente que pretendia apenas cumprir um único mandato.
Desde 2008 que a Câmara Municipal da Praia estava nas mãos do MpD, inicialmente liderada por Ulisses Correia e Silva, atual primeiro-ministro, mas já então com Óscar Santos como número dois.
A perda da capital para o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), com a derrota da lista liderada por Óscar Santos, foi a maior surpresa das eleições municipais de outubro no arquipélago.
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