
"Cabo Verde, enquanto um destino de turistas já referenciado a nível mundial, tem que também seguir as boas práticas que estão a ser implementadas nos países e nos destinos turísticos, (...) não só medidas a nível dos hotéis, dos restaurantes, mas a nível legislativo, no que diz respeito aos critérios de entrada, mas também a nível da saúde", disse o ministro do Turismo.
Carlos Santos falava à imprensa no âmbito do lançamento do programa denominado "Tourism Recover" ('Recuperação do Turismo'), desenvolvido pelo Instituto do Turismo de Cabo Verde (ITCV), em parceria com Accelerator Lab do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O programa tem por objetivo promover Cabo Verde como um destino turístico seguro sob o lema "Estamos prontos para vos receber - Cabo Verde é um Destino Seguro!", num projeto para marcar a retoma do turismo no arquipélago, parado desde março por causa da pandemia de covid-19.
Segundo o ministro, foi criada uma plataforma que vai divulgar as principais medidas, protocolos e procedimentos que os ministérios do Turismo e da Saúde têm estado a desenvolver, nos últimos três meses, no sentido de criar as condições mínimas a nível sanitário, administrativas e legislativas para um "ambiente de turismo seguro".
Na área da Saúde, o governante recordou a criação dos centros covid-19 nas ilhas turísticas do Sal e da Boa Vista para servir não só a população local como também todos os visitantes.
Apesar de o ambiente na Europa e no mundo não estar "favorável" para permitir a circulação dos turistas, devido a uma segunda vaga de covid-19, Carlos Santos assegurou que Cabo Verde não vai desistir de continuar a convencer os países emissores de que tem condições para receber os turistas em "segurança e com tranquilidade".
O turismo garante 25% do Produto Interno Bruto do país, que recebeu um recorde de 819 mil turistas em 2019.
Cabo Verde esteve encerrado a voos internacionais desde o início da pandemia, em março, mas em agosto passou a realizar voos através de um corredor aéreo criado com Portugal para "voos essenciais" nos dois sentidos.
Os voos internacionais foram retomados em 12 de outubro, com a reabertura de fronteiras, com os viajantes obrigados à apresentação de resultado negativo do teste PCR à covid-19, antes do embarque.
Na semana passada, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse que a ilha do Sal, com apenas dois casos ativos de covid-19 identificados, constitui a grande aposta na retoma do turismo por Cabo Verde, já com voos organizados a partir de 15 de dezembro.
Desde 01 de novembro que vigora, apenas nas ilhas de Santiago e do Fogo, o estado de calamidade, até ao final do dia 14, o que não aconteceu para o Sal, a mais turística do arquipélago, nem para as outras ilhas, que estão em estado de contingência.
Cabo Verde tinha até domingo um acumulado de 9.369 casos de covid-19 desde 19 de março, dos quais 100 óbitos e 8.465 casos considerados recuperados.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.255.803 mortos em mais de 50,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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